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O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (22), em cerimônia no Palácio do Planalto, ter a impressão de que, no mundo todo, somente no Brasil há pessoas morrendo por Covid-19. "Parece que, no mundo todo, só no Brasil está morrendo gente", afirmou.

 

Somente nos últimos sete dias, morreram 15.650 pessoas por Covid no Brasil, o que colocou o país em primeiro lugar no mundo em mortes no período, segundo dados da OMS. Esse número representa 25% das 60.503 mortes registradas no período no mundo (uma em cada quatro). O segundo colocado em mortes são os Estados Unidos (7.252 nos últimos sete dias).

 

Bolsonaro deu a declaração ao afirmar que é preciso se preocupar com as vidas e também com os empregos. Isso porque, segundo ele, a pessoa desempregada por ter "problemas" que levem a "óbito, depressão e suicídio", de acordo com o G1.

 

"Sempre disse que temos que nos preocupar com vidas, sim, mas também com emprego. Uma pessoa desempregada, ela acaba tendo problemas que podem levar a óbito, depressão e suicídio. Vamos buscar uma maneira de melhor atender à população? Vamos. Parece que, no mundo todo, só no Brasil está morrendo gente. Lamento o número de mortes, qualquer morte", declarou Bolsonaro.

 

No último dia 12, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, disse que a situação no Brasil é "preocupante" em relação ao número de casos e de mortes e que, "começando pelo governo, todos os interlocutores devem agir de forma séria". Desde então, o Brasil é apontado na imprensa internacional como o epicentro da pandemia de Covid no mundo.

 

Segundo o consórcio de veículos de imprensa, até a noite deste domingo (21), o Brasil já havia registrado 294.115 mortes pela Covid e 11.996.442 casos confirmados.

 

Um dia após mais de 500 economistas e empresários divulgarem um manifesto pedindo vacinação em massa e medidas de distanciamento social para tentar conter o avanço da Covid, Bolsonaro afirmou nesta segunda que aceita "lockdown" por 30 dias, "se acabar com o vírus".

 

"Se ficar em lockdown 30 dias e acabar com o vírus, eu topo. Mas sabemos que não vai acabar", disse o presidente nesta segunda.

 

"Eu devo mudar meu discurso? Eu devo me tornar mais maleável? Eu devo ceder e fazer igual à grande maioria está fazendo? Se me convencerem do contrário, faço. Mas não me convenceram ainda. Devemos lutar contra o vírus, não contra o presidente", acrescentou.

 

A Prefeitura de Araraquara decretou confinamento na cidade. Em um mês, houve redução de 39% no número de mortes por Covid e de 57,5% no número de casos confirmados.

 

Em Palmas (TO), a Prefeitura atribuiu às medidas de isolamento social a queda de 28% no número de novos casos de Covid na última semana.

 

Em outro exemplo, a Inglaterra, em isolamento obrigatório, registrou queda na contaminação, segundo o Imperial College de Londres. A instituição informou que a taxa de transmissão caiu de 0,98 (cada cem pessoas contaminam 98) em janeiro para 0,72.

 

Diante de um cenário com hospitais superlotados em todo o país, com pacientes nas filas de leitos de UTI e relatos de médicos de que faltam insumos e itens de proteção, governadores têm adotado medidas restritivas para tentar conter a circulação do coronavírus.

 

Bolsonaro, contudo, acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) a fim de tentar derrubar decretos desse tipo no Distrito Federal, na Bahia e no Rio Grande do Sul. O presidente critica medidas restritivas desde o início da pandemia.

 

Enquanto a OMS, especialistas e entidades médicas recomendam o isolamento social e o uso de máscaras como formas de se evitar a disseminação ainda maior do vírus, por exemplo, o presidente participa de aglomerações, critica a máscara e o isolamento.

 

"Se ficar em lockdown 30 dias e acabar com o vírus, eu topo. Mas sabemos que não vai acabar", disse o presidente nesta segunda.

 

"Eu devo mudar meu discurso? Eu devo me tornar mais maleável? Eu devo ceder e fazer igual à grande maioria está fazendo? Se me convencerem do contrário, faço. Mas não me convenceram ainda. Devemos lutar contra o vírus, não contra o presidente", acrescentou.

 

De acordo com os dados mais atualizados do consórcio de veículos de imprensa, a partir de dados da secretarias estaduais de Saúde, o Brasil vacinou até este domingo 5,5% da população. No discurso desta segunda, Bolsonaro que a situação do Brasil em relação à vacinação é "excepcional" quando observado o cenário mundial.

 

"Dentro da disponibilidade do mundo, somos realmente algo excepcional. Qual país do mundo não tem problema com vacina? Contratamos até o final do corrente ano 500 milhões de doses de vacina”, disse o presidente.

 

Bolsonaro acrescentou ainda ter "orgulho" de ter contado com Eduardo Pazuello à frente do ministério. General de Exército, ele será substituído pelo médico Marcelo Queiroga.

 

"O novo, que está entrando agora, é um médico experiente. Vai, obviamente, fazer um segundo tempo de um ministério voltado muito mais, muito mais agora para a questão da medicina", declarou.

Fonte:Bahia Notícias
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