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Há quatro dias, bombeiros trabalham para apagar um incêndio que atinge a região serrana do município de Barreiras, no Oeste da Bahia. Quando os moradores perceberam as primeiras chamas na localidade conhecida como Prainha, agentes do Corpo de Bombeiros (CBM-Ba) se deslocaram até o local, mas 24h depois, o fogo ainda não havia dado trégua e continuava se alastrando. 

Por consequência, a situação se agravou: a fumaça alcançou áreas residenciais e, apesar de não haver registro de pessoas intoxicadas, a queimada passou a ameaçar propriedades rurais. Por isso, proprietários estão em estado de alerta e têm sido orientados pelas autoridades locais a retirar os animais da região. 

Com as chamas já se aproximando da Chapada Diamantina, na quarta-feira (17), equipes de reforço já haviam se juntado aos primeiros combatentes para debelar o incêndio, entre eles, o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), a Secretaria do Meio Ambiente de Barreiras, 12 brigadistas e quase 100 agentes do Corpo de Bombeiros. Ontem (18), mais duas aeronaves modelo Air Tractor, do contrato com a Secretaria de Meio Ambiente do Estado, também foram enviadas.

“Contamos com um grande efetivo de bombeiros militares, só que para solucionar a situação de forma rápida, estamos reforçando o contingente e, tendo em vista a dificuldade de acesso em áreas de Serra, estaremos viabilizando reforço operacional com aviões modelo Air Tractor, com capacidade de armazenamento de dois mil litros de água”, destaca o comandante do CBM-Ba Adson Marchesini.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a causa do incêndio ainda é desconhecida, mas há cerca de dois meses não chove na região oeste do estado e o tempo está seco, aliado a esse fator, o vento acelera a disseminação das chamas, tornando-se também uma ameaça para a fauna e flora da região. Tal gravidade levou as entidades envolvidas no combate ao incêndio a se reunirem para criar estratégias de prevenção e resolução conjunta. 

“O combate ao fogo nesse tempo requer atenção redobrada em função das altas temperaturas e baixa umidade, além do difícil acesso, tendo em vista se tratar de uma grande área preservada. Essas parcerias são fundamentais para que o incêndio não se alastrasse ainda mais, acarretando maiores prejuízos tanto para o meio ambiente, quanto para os moradores das comunidades rurais”, ressalta o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Barreiras, Demósthenes Júnior.

Reforço civil
Para reforçar ainda mais o contingente de pessoas capacitadas para combater incêndios, os produtores afiliados da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA) promoveram um curso para capacitar pilotos agrícolas a atuarem em campo, na floresta e em propriedades rurais. 

Para o gerente de Sustentabilidade da Aiba, Enéas Porto, a iniciativa se torna essencial diante dos números registrados no oeste baiano: 8.556 focos de incêndio em 2021, o que equivale a 23 ocorrências por dia. Este ano, o número registrado já chega a 1.617.

“Essa operação deve trazer benefícios econômicos e ambientais. A partir do curso e com a formação da brigada de incêndio que irá auxiliar nos trabalhos de combate aéreo, acredita-se que o índice de focos de incêndio, sejam reduzidos em até 8 mil hectares”, aponta Enéas.

O projeto, realizado na pista de pouso da Fazenda Agronol, em Luis Eduardo Magalhães, durante dois dias desta semana, contou com as aeronaves dos modelos Air Tractor, Ipanema e Thrush. O piloto agrícola Wendell Marques, foi um dos participantes e aprovou a iniciativa.

“Uma experiência muito diferente. Nós já tínhamos uma noção de voo carregado, de baixa altitude, e o combate a incêndio é algo totalmente diferente. Foi muito válida a experiência e agradeço a Aiba por ter proporcionado essa oportunidade”, conta Wendell. 

Fonte:Correio da Bahia
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