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A China traçou para este ano um objectivo de crescimento da sua economia entre 6,5% e 7%, menos que os 7% que tinha projectado no ano passado (e que acabou por ficar nos 6,9%, o mais baixo crescimento de 25 anos), e o primeiro intervalo que o Governo chinês tem desde 1995, de acordo com a Bloomberg. A agência financeira realça, ainda, o facto da China não ter avançado qualquer projecção para o seu comércio, o que é visto como um realçar da incerteza sobre a evolução futura da economia global.

A China, de acordo com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, precisa de crescer pelo menos 6,5% nos próximos cinco anos para conseguir o objectivo de duplicar o rendimento per capital face aos níveis de 2010.


"Por um lado, vamos focar-nos na realidade actual e traçar metas para resistir à pressão de abrandamento na economia, mas por outro lado, temos de ter os nossos objectivos de longo prazo em mente, e manter algumas ferramentas políticas na carteira para futura utilização, planear os nossos movimentos e reunir forças", declarou este sábado, 5 de Março, Li Keqiang no seu discurso perante o Congresso Nacional Popular, que abre a legislatura em Pequim, e que recebe 3.000 delegados. 

Contam as agências internacionais que os líderes chineses, tradicionalmente, anunciavam objectivos de crescimento a níveis facilmente alcançáveis, e que eram, por norma, até ultrapassados. Não foi o que aconteceu em 2015. Ao apresentar um intervalo de crescimento, para este ano, a China tenta ampliar a meta de crescimento. As revisões em baixa seguem-se à divulgação de que em Fevereiro a produção industrial chinês contraiu.

A economia chinesa tem dado sinais de abrandamento, num momento em que o país revê o seu modelo económico, para uma sociedade assente, não no investimento e no comércio, mas no consumo privado. A projecção avançada este sábado aponta para uma inflação de cerca de 3%.

O plano reflecte a determinação de crescimento do Governo chinês, mas ao mesmo tempo adia o confronto com a elevado nível de endividamento, que está perto dos 250% do PIB (produto interno bruto). 

É também por isso que o governo chinês aponta para a possibilidade de aumentar o défice público para os 3%, o equivalente a 2,18 biliões de yuans (303 mil milhões de euros), o que será o mais elevado desde que a República Popular da China foi criada, em 1949. Em 2015, o défice foi de 2,3%. Já tinha sido revelado na sexta-feira que a China pretende aumentar o seu orçamento para a defesa em 7,6%, aliás como tem estado a acontecer com os vizinhos asiáticos. Japão e Austrália tem reforçaram o seu orçamento militar. Mas no caso da China é, no entanto, o mais baixo crescimento dos últimos seis anos, segundo fonte governamental em declarações à agência Xinhua, citadas pelo The Guardian.



Nos objectivos traçados, o primeiro-ministro chinês aponta ainda para a criação de 10 milhões de postos de trabalho urbanos em 2016, mas colocando a taxa de desemprego nas regiões urbanas nos 4,5%. MAs a China diz traçar o objectivo de crescimento entre 6,5% e 7% a pensar no emprego.

Li Keqiang deixa, no entanto, avisos no seu discurso: "a China enfrentará mais e mais difíceis problemas e desafios no seu desenvolvimento este ano, por isso temos de estar totalmente preparados para lutar numa dura batalha. Internacionalmente, a economia global está a sofrer profundas alterações e a lutar pela recuperação. O crescimento no comércio é fraco. Os riscos geopolíticos estão e a crescer e há volatilidade nos mercados financeiros e de matérias-primas. E há crescente instabilidade e incertezas no nosso ambiente externo. Não podemos subestimar o impacto que isto pode ter no crescimento chinês".

O discurso continua com os desafios internos. "Problemas e riscos criados nos últimos anos estão a tornar-se mais evidentes. A mudança no ritmo de crescimento, as dificuldades associadas aos problemas estruturais e a mudança dos motores de crescimento estão a levar a pressões sobre o crescimento". Perante isto, no entanto, Keqiang garantiu que a China não se vai ensombrar com estas dificuldades. "Não há qualquer dificuldade que não consigamos ultrapassar".

Fonte:jornaldenegocios
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