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Uma pesquisa divulgada recentemente pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) traçou o perfil da mulher do campo. Foram ouvidas 341 mulheres de todo o país, com ênfase nas regiões de centro-oeste, sudeste e sul, e mais de 70% são administradoras gerais do negócio e 88% são independentes financeiramente.

Apesar do baixo índice de ouvintes no nordeste do país, esse também é o perfil das mulheres do agronegócio no oeste baiano, segundo um levantamento prévio realizado no Encontro de Mulheres Cooperfarms, na quarta-feira (15), em Luís Eduardo Magalhães.

O evento liderado pela Cooperativa dos Produtores Rurais da Bahia (Cooperfarms) reuniu aproximadamente 90 mulheres cooperativistas e lideranças regionais do agro. Das 85 mulheres inscritas, 74 % afirmaram que tem influência direta ou indiretamente com os negócios familiares e 80% possuem formação acadêmica.

O propósito do encontro foi integrar associadas, esposas e filhas de associados em um único movimento e provocar uma reflexão sobre a condição da mulher junto à família e à frente dos negócios, conforme explicou o presidente da Cooperativa, Luiz Antonio Pradella, durante a abertura do evento.

“Há algum tempo a Cooperfarms vem articulando uma série de eventos e o Encontro de Mulheres Cooperfarms chegou para somar nesta importante iniciativa que visa envolver cada vez mais os associados, parceiros e outras pessoas do grupo familiar com os propósitos da Cooperativa, principalmente na indicação de melhorias nos serviços prestados. E a mulher tem um papel importantíssimo na sociedade e não é diferente nos negócios familiares e na Cooperfarms. Sem dúvida, esse evento será um marco no desenvolvimento da região”, ressaltou Pradella.

“Os desafios e as habilidade da mulher no contexto do negócio familiar” foi o tema central de Encontro, debatido pela painelista convidada, a especialista em gestão estratégica de pessoas, Gisele Cipili Ribeiro, pedagoga, coach e consultora empresarial, com projetos no terceiro setor e na iniciativa privada, no estado do Paraná.

De acordo com ela, cerca de 80 a 85% das empresas constituídas no mundo são familiares. “Se olharmos para o Brasil, esse número chega a 90% e o agronegócio é um dos principais setores responsáveis pelo empreendedorismo familiar. Por isso, é tão importante o senso de pertencer, ele é mais que um alimento para a sobrevivência da autoestima e o resultado de um investimento de uma vida inteira, independente do papel definido para cada um no negócio”, disse.

Além da troca de experiências nos mais diversos assuntos, desde motivação e autoestima até a definição de estratégias para uma maior inserção na dinâmica social e organizacional, o encontro foi um “ponta pé” para a implantação de um Núcleo Regional das Mulheres do Agro. O movimento foi inspirado na experiência de outros já formalizados e com atividades nos estados de São Paulo e Paraná, por exemplo.

Para a cooperada Zirlene Zuttion, uma das líderes do projeto, a ideia é aproximar produtoras e estimular a troca de experiência, além da organização de uma agenda que contemple ações regionais integradas, que vão desde a áreas de educação, social, ambiental até o próprio setor produtivo e com temas de gestão, empreendedorismo e sustentabilidade. “ Esse não será um movimento separatista de gênero, pelo contrário. É um movimento que chega para agregar valor à outras inciativas e projetos na região, tanto no agronegócio quanto em outros setores”, disse Zirlene.  Um comitê estratégico constituído por mulheres de diversas áreas do conhecimento foi formado no evento e fará a condução dos trabalhos para a implantação do Núcleo Regional.

Evento Nacional - Em outubro, o Comitê participará em São Paulo da segunda edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio. O evento destaca a relevância feminina para o avanço inovador, rentável, sustentável e ético do setor, e reúne agricultoras, pecuaristas, produtoras integradas e cooperadas, executivas de corporações, profissionais da indústria e sucessoras do agronegócio empreendedoras do agro.

Na pauta, palestras e painéis de debates apresentados por acadêmicos, cientistas e renomados profissionais do agronegócio, com temas como gestão operacional em propriedades agrícolas e pecuárias, sustentabilidade, administração rural, comercialização, sucessão, além de vários aspectos estratégicos como governança, certificações, rastreabilidade, política de crédito, cooperativismo, questões fundiárias e legais e outros.

Pesquisa Nacional – Realizada pela Fran6 Pesquisa em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), a pesquisa sobre o perfil da mulher gestora no agro foi apresentado na primeira edição do Congresso das Mulheres do Agro e contou com uma amostra quantitativa e outra qualitativa, colhidas entre novembro de 2015 e abril de 2016.

Ao todo, 341 mulheres responsáveis pela gestão ou produção agropecuária no país responderam a questionários online. Enquanto outras 9, consideradas lideranças, foram entrevistadas. Os dados levantados são representativos desse universo, em que 74% das mulheres são brancas, 40% da região Sudeste e 57% integrantes de alguma de associação ou sindicato rural.

A maior parte das mulheres dirigentes está na agricultura (42%), seguida da pecuária (20%) e outras atividades relacionadas ao agronegócio, como agroindústria e setor de insumos, por exemplo.

O levantamento revelou ainda, que mais de 50% das entrevistadas possuem ensino superior – sendo 25% com pós-graduação, mais de 55% acessa internet todos os dias e dois terços são casadas.

Fonte:Ascom Cooperfarms
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