A fruticultura no Chile é o carro chefe das exportações agrícolas do país, movimentando US$ 4 bilhões anuais apenas com frutas frescas e, por isso, centraliza os esforços para ter uma produção cada vez melhor. Para isso, a apicultura do país sul-americano virou uma grande aliada da produtividade e qualidade das frutas e mudou o perfil da criação. Hoje , o foco é alugar colmeias lotadas de insetos da espécie apis mellifera ligustica, popularmente conhecida como italiana ou europeia, deixando a produção de mel em segundo plano. É o que diz o pesquisador uruguaio Vincent Toledo Puntigliano, durante palestra no 3° Encontro da Prodapys.
Para atender à necessidade dos produtores de frutas, os apicultores profissionais alugam colmeias, que serão dispostas em hortas e pomares de frutas como maçã e kiwi, tipos altamente dependentes do trabalho das abelhas. Para isso, pagam caro pelo serviço, com preços variando entre US$ 14 e US$ 22 cada colmeia. "Na Nova Zelândia é bem mais caro, custando cerca de US$ 120 cada", conta Puntigliano.
Mas não é só colocar as abelhas em campo. Os apicultores voltam às plantações para conferir se suas operárias estão fazendo o serviço direitinho. Por lá fazem também uma estimativa de quantas abelhas foram alugadas, contando quantos insetos deixam a caixa durante um minuto cronometrado. "Isso é importante para garantir que levou a quantidade ideal de abelhas, não lesando o cliente que contratou o serviço".
Com tudo certo, as abelhas ficam em campo pelo tempo necessário para a fecundação das flores, trabalho que o pesquisador garante ser insubstituível. "Uma vez, por ter uma quantidade reduzida de abelhas, começaram a colocar hormônio nas frutas para que ficassem maiores. Ao chegarem na Europa, elas estragaram rapidamente".