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A adoção do horário de verão em 2022 está descartada pelo Ministério de Minas e Energia. A avaliação na pasta é que não há tempo hábil para um estudo com a devida abrangência para calcular a economia que a medida geraria.

Com mais este ano sem adiantar os relógios, o presidente Jair Bolsonaro (PL) conclui o mandato sem adotar o horário de verão uma única vez. O presidente aboliu a medida por meio de um decreto em 2019, interrompendo uma tradição que vinha desde 1985.

Para justificar a decisão na época, o governo disse que a economia vinha caindo e foi considerada praticamente nula no verão de 2017 a 2018 em um levantamento realizado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema).

Agora, para descartar a volta da medida, o ministério afirma que são necessárias novas metodologias para correlacionar as mudanças no comportamento do consumidor com a alteração no perfil das fontes de geração de energia no Brasil. A pasta pretende realizar uma nova rodada de estudos em 2023.

Estudos feitos nos últimos dez anos identificaram que a economia vinha deixando de ser relevante. Um dos fatores foi o aumento no uso do ar-condicionado nas residências e escritórios, que estabeleceu nova concentração de demanda de energia no meio da tarde.

O novo padrão anula ganhos com o prolongamento do dia no momento de pico de consumo tradicional, que ocorre no início da noite, quando as pessoas retornam para casa, ligam as luzes e tomam banho de chuveiro elétrico.

Os setores ligados ao entretenimento, no entanto, nunca concordaram com o fim do horário de verão, que ampliava o tempo de circulação e o volume de gastos dos consumidores.

“O horário de verão nunca significou uma grande redução no consumo de energia, mas ajudava o comércio, especialmente bares e restaurantes”, afirma Ricardo Lima, consultor do setor de energia.

Lima explica que a dificuldade em elevar a economia está em ajustar os picos de demanda, pois cada distribuidora tem um horário de uso máximo diferente. No entanto, entende que, de fato, é preciso fazer novas análises, considerando o impacto que pode haver com a geração de energia solar.

Na época em que aboliu o horário de verão, Bolsonaro também afirmou que havia considerado os malefícios da medida para a saúde, pois alterar as horas artificialmente afetava o relógio biológico da população, prejudicando os trabalhadores.

Estudos sobre o impacto do horário de verão sobre a saúde apontam que o vaivém nos ponteiros do relógio prejudica o ciclo do sono, é acompanhado de um aumento nos diagnósticos de depressão e de uma alta, ainda que modesta, na incidência de infarto. Enquanto isso, outros relatórios indicam que a medida auxilia a segurança pública ao promover a queda da criminalidade.

A gestão bolsonarista descartou a medida até mesmo em 2021, quando a escassez hídrica ameaçou a produção de energia, e várias entidades do setor defenderam que qualquer economia de energia, por menor

Fonte:Folha Press
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