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A poucos meses do fim do atual ciclo presidencial, os empresários brasileiros consideram que a saúde e a educação são as áreas que mais pioraram nos últimos quatro anos, enquanto o agronegócio, infraestrutura, economia e combate à corrupção são as que tiveram maior progresso no período.

É o que aponta o levantamento "Agenda de Prioridades" da CNI (Confederação Nacional da Indústria) feito em agosto deste ano com 1.001 executivos de indústrias de pequeno, médio e grande porte. A sondagem, realizada pelo Instituto FSB Pesquisa, não propõe especificamente uma avaliação do governo de Jair Bolsonaro (PL), embora o recorte temporal coincida com o primeiro mandato do presidente. 

Em pesquisa espontânea, os empresários foram instados a apontar quais áreas consideram ter melhorado mais nos últimos quatro anos.

Em primeiro lugar da lista aparece o agronegócio, com 16% dos entrevistados vendo um aperfeiçoamento do setor. Infraestrutura e economia vêm logo em seguida, com 12% dos executivos percebendo uma melhoria nas duas áreas. O combate à corrupção surge em quarto lugar, com 10%.

A maior parcela dos empresários (34%) indicou que outras áreas não especificadas foram as que mais melhoraram nos últimos quatro anos, enquanto 17% afirmam que nada melhorou com destaque nesse período. 

Em relação aos setores que mais pioraram nos últimos quatro anos, a educação aparece em primeiro lugar, acumulando 22% das respostas, seguido de saúde (21%) e inflação (9%). Para 13% dos empresários ouvidos na pesquisa, não há uma área que mais piorou no período. 

Tributação é vista como prioridade A sondagem da CNI também ouviu o que os executivos dizem ser a prioridade do próximo presidente do Brasil. A maior parcela (43%) apontou que a redução de impostos é o que há de mais importante para melhorar a economia do país.

O segundo tema mencionado também está relacionado à tributação e diz respeito a uma simplificação dos impostos, o que foi citado por 28% dos executivos. 

Quando questionados especificamente sobre o que fazer para gerar mais empregos, a maioria dos entrevistados (56%) aponta a reforma tributária como a principal medida para o próximo governo. 

"O complexo e oneroso sistema de cobrança de impostos do país inibe a produção de todos os setores econômicos e dificulta a geração de empregos e de renda para os brasileiros. A reforma tributária é fundamental para acelerar o ritmo de crescimento da economia e, por isso, deve ser uma prioridade para o próximo governo", diz o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, em nota. 

Ainda aparecem como medidas relevantes para a geração de empregos, liberar crédito para as empresas investirem e expandirem sua capacidade produtiva (29%) e mudanças na legislação trabalhista (25%). 

Educação deve vir antes de crescimento econômico Considerada uma das áreas que mais pioraram nos últimos quatro anos, a educação foi elencada pelos empresários como prioridade para a indústria e para o desenvolvimento do país. Um em cada três executivos disse que o presidente que assumir em 2023 deve considerar este o tema mais importante. 

O segundo tópico mais citado foi saúde pública (26%), seguido por crescimento econômico, que aparece na terceira posição com 20% das respostas. 

Para Marcelo Azevedo, gerente de análise econômica da CNI, a pesquisa mostra que há uma demanda do setor empresarial por maior investimento no ensino técnico, que está mais alinhado às necessidades do mercado de trabalho -além de uma preocupação com a qualidade do ensino. 

"Diante de uma indústria cada vez mais tecnológica, o ensino precisa acompanhar as habilidades exigidas pelas empresas", afirma. 

Otimismo com a economia Quando se trata do cenário atual, quase metade (48%) dos empresários avalia a situação da economia brasileira como ótima ou boa. De todos os entrevistados, praticamente um terço (35%) dizem estar regular, enquanto 17% consideram ruim ou péssima.

Em relação ao futuro do país, a perspectiva é ainda mais positiva. Sete em cada dez empresários estão otimistas: 69% disseram que a economia deve melhorar um pouco ou muito nos próximos quatro anos.

Fonte:Agência Brasil
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