Algumas condições do meio ambiente influenciam diretamente na forma de transmissão do Aedes aegypti. Um estudo publicado nesta quarta-feira (16) na "Science Advances" apontou que bactérias presentes na natureza podem alterar a forma com que a larva do mosquito se desenvolve e alterar também a capacidade de transmitir doenças quando o mosquito atinge a fase adulta. “Nosso diferencial [das outras pesquisas sobre o Aedes] foi ter considerado a microbiota quando o Aedes aegypti está em estágio de larva”, afirmou o pesquisador do Instituto Pasteur da França e um dos autores do estudo, Louis Lambrechts.
A descoberta aponta para a necessidade de entendimento das situações que permitem com que o Aedes "se adapte" e transmita doenças. “Claro que o controle do mosquito continua a ser importante. Mas o que o nosso estudo mostra é que talvez também precisamos prestar mais atenção aos locais de reprodução em que os mosquitos se desenvolvem.”, afirmou Lambrechts. Os testes realizados para chegar a essa conclusão foi realizado através da comparação da microbiota intestinal de mosquitos cultivados em laboratório com a flora do intestino de Aedes que foram coletados no Gabão, na África.
Os pesquisadores notaram diferenças entre as duas amostras e entre os mosquitos da mesma amostra. Com relação às bactérias, os cientistas colocaram as larvas dos Aedes em contato com colônias de bactérias distintas e perceberam que, em alguns casos, o Aedes passava por uma série de alterações - como no tamanho do corpo do mosquito. De acordo com o pesquisador, a capacidade de transmissão do mosquito depende de fatores como tempo de vida, tempo de incubação do vírus, sua densidade e a taxa de mordida.