Quase um milhão de brasileiros precisam fazer uma cirurgia pelo SUS, mas não conseguem. A pesquisa é do Conselho Federal de Medicina, divulgada na última segunda-feira (4). Desse número, aproximadamente 750 pessoas estão esperando por um procedimento cirúrgico há mais de 10 anos. Enquanto os dados ratificam o problema recorrente na saúde pública brasileira, o município de Luís Eduardo Magalhães segue reestruturando a rede municipal de saúde a fim de garantir um atendimento digno e humanizado à população, e uma das metas para o alcance do objetivo é o Mutirão de Cirurgias.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a ação já contemplou mais de 150 pacientes, os quais receberam gratuitamente a equipe médica e toda a estrutura necessária para o procedimento, além do acompanhamento após a intervenção. Já foram realizadas até o momento, 54 cirurgias otorrinolaringológicas (ouvido, nariz e garganta), 51 de retirada de nódulos, 27 vasectomias, além de operações de hérnias, laqueaduras, hemorroidas e retirada parcial da mama. Quem precisava se submeter à cirurgia de catarata também recebeu atendimento. A Prefeitura encaminhou 40 pacientes para o mutirão na cidade de Barra, custeando as despesas com hospedagem e transporte. Ademais, o Sistema Vida, desenvolvido em parceria com o Governo do Estado, viabilizou 86 procedimentos de cintilografias, cateterismo e litotripsia.
“Quando começamos a gestão, constatamos o grande número de pessoas que aguardavam há muito tempo por um procedimento cirúrgico. O Mutirão de Cirurgias foi sonhado e planejado em cada detalhe e seguimos o critério de maior tempo de espera, com prioridade para alguns casos mais graves. Nossa intenção é zerar a fila, um problema comum na maioria das cidades brasileiras”, comentou o prefeito Oziel Oliveira.
Dona Márcia fez a cirurgia que necessitava e agora pretende se recuperar o mais rápido possível para retornar ao trabalho. Ela está feliz e tem certeza que a partir de agora, terá muito mais qualidade de vida. "As dores que tanto me incomodavam não serão mais problema. O trabalho feito pelos médicos foi maravilhoso”, comemorou. “Se fosse em outra época, eu teria que esperar muito tempo ou até mesmo me deslocar para outra cidade”, desabafou a dona de casa.
Além das cirurgias, o balanço da Secretaria Municipal de Saúde demonstra que desde o início do ano, 939 pacientes foram atendidos pelo Programa de Tratamento Fora de Domicílio (TFD), acolhidos pela casa de apoio em Salvador, e fornecidas 1.449 passagens para tratamento médico em outras cidades.
Os procedimentos cirúrgicos estão sendo realizados no Hospital e Maternidade Dr. Gileno de Sá Oliveira e continuarão até o fim do mês de dezembro.