A presidente Dilma Rousseff exonerou o vice-presidente da Caixa Econômica Federal Roberto Derziê de Santanna, em mais um corte de nomes ligados ao PMDB desde que o partido deixou a base aliada e determinou que seus indicados deixassem os cargos no governo.
Derziê é funcionário de carreira da Caixa e havia deixado a vice-presidência de operações corporativas do banco em 2015 para ser secretário-executivo do vice-presidente Michel Temer na Secretaria de Relações Institucionais. De lá, voltou para a estatal.
A exoneração do funcionário, publicada nesta sexta-feira (1º) no Diário Oficial da União, é pelo menos a terceira, nos últimos dois dias, de ocupantes de cargos de segundo escalão no Executivo federal indicados pelo PMDB.
Na quinta-feira (31) foram publicadas as exonerações de Rogério Luiz Zeraik Abdalla, indicado pela bancada do PMDB do Senado para uma diretoria na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e de Walter Gomes de Souza, diretor-geral do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Denocs) a pedido do pemedebista Henrique Eduardo Alves, que deixou o ministério do Turismo no início da semana.
Nos estados
As saídas têm ocorrido também em representações de órgãos federais nos estados. Um primo de Alves, José Eduardo Alves Wanderley, deixou a coordenação estadual do Dnocs no Rio Grande do Norte, e Antônio Barbosa deixou a superintendência estadual da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
Na Paraíba, dois nomes indicados pelo deputado Hugo Motta foram exonerados na quinta-feira (31). Lúcio Matos e Juscelino dos Anjos comandavam, respectivamente, a Superintendência Federal de Agricultura Pecuária e a Superintendência Federal de Pesca e Aquicultura no Estado da Paraíba Abastecimento no estado.
Além deles, Ana Cláudia Vital do Rego, esposa do deputado federal Veneziano Vital do Rego, entregou o cargo que ocupava na Funasa no estado.
A bancada do PMDB na Paraíba havia divulgado carta em que entregava os cargos federais que controlava no estado na terça-feira (29), logo após a convenção em que PMDB anunciou o rompimento com o governo Dilma.
Ministros permanecem
Após a convenção, o vice-presidente do PMDB, Romero Jucá, afirmou que a partir daquele dia ninguém no país estava mais autorizado a "exercer qualquer cargo federal em nome do PMDB".
Apesar disso, os pemedebistas seguem no comando de seis ministérios: Kátia Abreu (Agricultura), Marcelo Castro (Saúde), Helber Barbalho (Portos), Celso Pansera (Tecnologia), Eduardo Braga (Minas e Energia) e Mauro Lopes (Aviação Civil). Kátia e Pansera manifestaram publicamente que não vão deixar as pastas.
Além dos nomes do PMDB, Dilma exonerou nesta sexta-feira o diretor da Casa da Moeda do Brasil, Paulo Ricardo de Mattos Ferreira.