Os médicos da rede municipal de Barreiras, oeste da Bahia, pararam as atividades por tempo indeterminado desde a manhã desta quarta-feira (21), por conta de atraso no pagamento de salários. A maternidade da cidade, Hospital Municipal Eurico Dultra e o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) estão sem atendimento dos profissionais de saúde, inclusive para emergência.
Com mais de nove meses de gestação, a estudante Jéssica Brito relata dores e perda de líquido. Ela não conseguiu ser atendida na maternidade da cidade. “Estou sentindo dores para ganhar neném e, toda vez que vou no Hospital do Oeste, me dão injeção para não ganhar o neném. É difícil, eu queria agora só ganhar o meu filho”, reclama a gestante. Já o Hospital do Oeste disse que foi aplicada uma dose de analgésico em Jéssica, porque o bebê estaria prematuro.
Do lado de dentro da maternidade, estão apenas as pacientes que já tiveram filhos e aguardavam por alta. O único médico que estava na maternidade, Assis Guterres, diz que os colegas estão em greve porque desde outubro não recebem os salários.
“Eles não botaram em dia os atrasados. Ficaram de pagar e não pagaram. Então os médicos se retiraram. Quando chega qualquer pessoa necessitando, é encaminhado ao HO [Hospital do Oeste]”, afirma.
Segundo a assessoria do Hospital do Oeste, o atendimento aumentou 20% por conta da paralisação da rede municipal. O Ministério Público do estado (MP-BA) disse que, desde segunda-feira (19), pediu oficialmente à prefeitura resposta sobre a situação da rede municipal de saúde.
Já a prefeitura afirmou que aguarda repasse de governo federal. O Ministério da Saúde, por sua vez, disse que a verba foi liberada na terça-feira (20) e deve chegar à prefeitura nos próximos dias.