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A baiana Lígia Pires, de 11 anos, que participou da seletiva nacional do balé Bolshoi em 2019 está precisando de ajuda para se manter em Santa Catarina. A bailarina é de Salvador e mora há cerca de um ano com a mãe, que é diarista, em Joinville

Em entrevista ao G1, Liginha, como é chamada carinhosamente por amigos e familiares, contou que o sonho dela é ir para a Rússia e ser referência para as crianças.

Para continuar em busca do sonho de ser uma grande bailarina, em meio às dificuldades a família de Lígia decidiu criar uma vaquinha online para que a garota permaneça em Santa Catarina e dê continuidade aos estudos na Escola do Teatro Bolshoi no Brasil.


Baiana que estuda no Bolshoi tenta arrecadar dinheiro para se manter em SC — Foto: Reprodução / Vakinha

Baiana que estuda no Bolshoi tenta arrecadar dinheiro para se manter em SC — Foto: Reprodução / Vakinha

 

Ainda segundo a mãe, a Escola do Bolshoi prepara a criança desde o primeiro momento em que começa a fazer as aulas.

Daniela Pires trabalha como diarista e ganha R$ 150 por diária, tendo uma média de R$ 1 mil mensal. Entretanto, por causa da pandemia os trabalhos diminuíram e afetaram a renda da diarista.

Apenas no final de 2020, que Daniela conseguiu ter novamente a quantia que recebia por mês antes da pandemia, mas a situação já tinha abalado as economias de mãe e filha, que de março a setembro, estavam vivendo com a quantia de uma primeira vaquinha que fizeram também para que Lígia pudesse ir para Joinville, em 2019.

Daniela revela ainda, que trabalhando como diarista não possui o valor suficiente para pagar as despesas, por isso pede ajuda através da arrecadação online. Entre as contas estão: aluguel, condomínio, luz, IPTU, taxa de lixo, internet para as aulas virtuais, alimentação, vestuário e transporte.

Lígia não paga mensalidade no Bolshoi, já que a escola vive de doações de parceiros e colaboradores, que são chamados de "Amigos do Bolshoi". Além disso, toda roupa clássica de dança das crianças não são brasileiras e o material vem da Rússia, conforme conta a mãe da garotinha.

O tempo de estudos na Escola do Teatro Bolshoi dura cerca de oito anos e Lígia acabou de passar para o segundo ano. Logo, ela e a mãe precisam permanecer em Santa Catarina por mais seis anos para que a bailarina saia de lá formada.

 

Atualmente, Lígia e a mãe estão em Salvador para ver a família. Segundo Daniela, sua mãe está passando por problemas de saúde em Feira de Santana, cidade a cerca de 100 km de Salvador, e o pai de Lígia faz tratamento para um quadro avançado de câncer.

Diante dos problemas de saúde do pai e da avó da bailarina, a garotinha tem que contar com o apoio presencial apenas da mãe. Juntas, elas devem voltar para Joinville ainda neste mês, já que de acordo com Daniela, a aula do Bolshoi começou na segunda-feira (25) para as crianças que já são alunas.

De acordo com Daniela, a Escola do Teatro Bolshoi adotou o ensino híbrido, onde Lígia tem aulas presenciais e online.

Grand jeté dos sonhos

 

Baiana de 11 anos, Lígia Pires, que estuda no Bolshoi tenta arrecadar dinheiro para se manter em Santa Catarina — Foto: Reprodução / Redes Sociais

Baiana de 11 anos, Lígia Pires, que estuda no Bolshoi tenta arrecadar dinheiro para se manter em Santa Catarina — Foto: Reprodução / Redes Sociais

Assim como em um grand jeté, o clássico passo do balé onde o bailarino dá um grande salto com as duas pernas esticadas no ar, Lígia dá saltos em busca dos seus sonhos. Ela começou a dançar sozinha, em casa e ainda criança. Aos quatro anos, quando estudava em uma escola particular, começou a ir para aulas de balé.

A mãe, Daniela Pires, conta que com o passar do tempo não conseguiu mantê-la nas aulas por muito tempo por causa do valor da mensalidade.

Quando Lígia fez cinco anos foi a vez de dar oportunidade a capoeira. Por lá, a criança se desenvolveu e ganhou mais elasticidade. Enquanto estava na capoeira, Daniela foi incentivada pelo professor a matricular Lígia em um grupo de ginástica rítmica.

Segundo a mãe, a pequena já tinha o desejo pela atividade, só que mais uma vez não havia dinheiro para pagar as mensalidades. Foi então que Lígia conseguiu uma vaga na Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), que oferece cursos gratuitos de dança.

Durante o tempo que passou na Funceb, Lígia conheceu uma professora convidada que foi realizar uma aula experimental. A professora viu o seu desempenho e convidou ela para frequentar um grupo de dança.

A primeira audição aconteceu em um hotel no bairro do Itaigara, na capital baiana. Lígia foi aprovada e seguiu para a segunda etapa em Joinville (SC).

Para participar da segunda etapa, a família da menina precisou fazer uma vaquinha online, em 2019. Ela precisava de R$ 3 mil para viajar e conseguiu arrecadar cerca de R$ 20 mil.

Em janeiro de 2020, Lígia se mudou para Santa Catarina com a mãe e o cachorrinho Bueno.

Fonte:G1 Bahia
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