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O aumento da Selic pela sétima vez seguida vai provocar mudanças na regra de rendimento da poupança.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central aumentou pela sétima vez seguida a taxa básica de juros. A alta de 1,5 ponto percentual levou a Selic para o maior patamar desde julho de 2017: 9,25% ao ano.

O Copom considerou o cenário externo desfavorável, o surgimento da ômicron, a inflação ainda muito alta no Brasil e a atividade econômica fraca.

O comitê observou ainda que o prolongamento das ações de combate aos efeitos da pandemia traz riscos para as contas públicas, e sinalizou ainda que deve fazer um novo aumento de 1,5 ponto percentual na próxima reunião, em fevereiro.


O aumento da Selic vai provocar mudanças na regra de rendimento da poupança. Toda vez que a taxa básica de juros da economia brasileira passa de 8,5% ao ano, o cálculo de remuneração da caderneta de poupança muda.

Quando a Selic está em até 8,5% ao ano, a remuneração da poupança é de 70% da taxa Selic mais uma taxa referencial calculada pelo Banco Central - essa taxa está em zero desde 2017. Considerando a taxa de juros antes do aumento desta quarta (8), o rendimento médio da poupança estava em 5,43% ao ano.

Agora, com a Selic acima de 8,5% ao ano, o retorno da poupança passa a ser de 0,5% ao mês, o que dá de 6,17% ao ano.

Na ponta do lápis, a diferença fica assim: se uma pessoa deixar R$ 1 mil na poupança por um ano, com a Selic a 8,5%, ela vai receber um rendimento de 5,95%. Agora, com a nova a taxa Selic a 9,25%, o poupador vai ter ao final de um ano um rendimento de 6,17%.

A mudança vai deixar a poupança mais vantajosa, mas ela vai continuar perdendo para a inflação, que nos últimos 12 meses, está em 10,67%.

E também por causa da inflação, que corrói o poder de compra, muitos brasileiros têm retirado o dinheiro da poupança. Nos últimos quatro meses, as retiradas superaram os depósitos. Em novembro, saíram mais de R$ 12 bilhões. Mesmo assim, o valor total investido na poupança ultrapassa R$ 1 trilhão.

O André sabe que existem investimentos mais rentáveis, mas prefere manter a tradição familiar.

“Desde os meus avós. Meus avós, quando eu era pequeno, fizeram uma polpação para mim, depois meus pais. Então é uma cultura familiar muito forte, está enraizada e a gente vem seguindo desde então”, conta o servidor público André Helias Marques.

O professor da Fundação Getúlio Vargas André Braz reforça que o poupador precisa buscar mais informações para conseguir rendimentos acima da poupança, e faz um alerta:

“Boa parte, ou a maior parte do capital, deve ser investido em outros tipos de ativos, de investimentos que remuneram mais. Então, a caderneta de poupança não é para ser deixada de lado. Ela tem o seu papel, ela é importante, todo o pequeno poupador deve começar com ela, mas ali a gente deve deixar o mínimo necessário, porque ela remunera pouco. E, em geral, ela vem perdendo para a inflação”, explica o economista.

Fonte:G1
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