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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (23) uma série de restrições à importação de produtos cubanos e proibiu os cidadãos americanos de se hospedarem em propriedades do governo cubano --o que inclui a imensa maioria dos hotéis do país. Anunciadas a 40 dias das eleições americanas, as medidas acenam à comunidade de cubanos na Flórida, que em sua maioria se opõem ao governo cubano.

Com 29 delegados no Colégio Eleitoral americano, a Flórida é considerada um estado chave para o pleito. Pesquisas de opinião feitas recentemente apontam para uma disputa local acirrada entre Trump e o candidato democrata, Joe Biden. Segundo o site FiveThirtyEight, na terça-feira (22) Biden tinha 50% das intenções de voto no estado, enquanto Trump tinha 47%.

Nas eleições de 2016, Trump venceu no estado com apenas 1,2% de diferença na votação.

De acordo com a agência de notícias Reuters, os aliados de Trump acreditam que suas posições firmes com relação a Cuba --que contrariam diretamente a política de reaproximação do governo Obama e remontam ao embargo econômico da época da Guerra Fria-- é uma estratégia certeira para ganhar votos dos americanos de origem cubana.

O estado tem a maior população de ascendência cubana nos EUA, com cerca de 1,5 milhão de pessoas.

O presidente americano anunciou as sanções, "parte da nossa luta contínua contra a opressão comunista", durante um evento em homenagem a veteranos que participaram da tentativa de invasão à baía dos Porcos, em 1961.

Ele disse que iria restringir a importação de charutos e rum cubanos, mas não especificou até que ponto isso iria. Além disso, anunciou restrições à participação de americanos em reuniões profissionais, shows e eventos esportivos no país, bem como a proibição da hospedagem em hotéis.

As medidas têm como objetivo claro prejudicar a economia de Cuba, mas não devem ter efeito imediato. A ilha está fechada a estrangeiros devido à pandemia de Covid-19.

Um oficial da embaixada cubana, que não foi identificado, disse à Reuters que as autoridades americanas insistem em uma política de sanções que não trouxe resultado algum ao país ao longo de 60 anos. "É uma política equivocada e amplamente rejeitada pela sociedade americana e mesmo pelos americanos de origem cubana."

O diretor-geral para os Estados Unidos da chancelaria cubana, Carlos Fernández de Cossío, classificou a medida como uma nova agressão e ironizou, no Twitter, o discurso de Trump.

"O presidente Trump, em um curioso movimento eleitoral, encontra resquícios da brigada mercenária que o governo dos Estados Unidos lançou na agressão militar contra Cuba em 1961 e que, apesar de suas poderosas armas e árdua preparação militar, foi derrotada em menos de 72 horas", escreveu.

A secretária-assistente de Estado dos EUA para a Cuba e Venezuela, Carrie Filipetti, negou que a medida fosse um cálculo eleitoral, afirmando que não havia "nenhum nexo com questões domésticas".

Fonte:Bahia Notícias
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