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Figura reservada e tradicional na diplomacia internacional, o embaixador chinês no Brasil Yang Wanming, de 56 anos, passou a receber especial atenção dos brasileiros após protagonizar um embate público – e inesperado – com o deputado federal Eduardo Bolsonaro, em março no ano passado. Na ocasião, o parlamentar culpou a China pela pandemia da Covid-19 e acusou o país de esconder a gravidade da doença da comunidade internacional.

A resposta em tom irônico e jamais visto na história diplomática entre Brasil e China veio horas depois. No Twitter, Wanming disse que Eduardo “contraiu, infelizmente, vírus mental, que está infectando a amizades entre os nossos povos”.

A troca de farpas foi contornada após um telefonema entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente chinês Xi Jinping.

Desde então, Wanming virou inimigo dos apoiadores do presidente. A defesa contumaz da China incomodou parte da direita brasileira, mas conquistou afagos dos opositores de Bolsonaro, incluindo políticos, figuras públicas e parcela da população – que chegaram a pedir desculpas a Wanming pelo posicionamento de Eduardo.

Foi questão de tempo até Wanming se envolver em um novo mal-estar com o governo brasileiro, desta vez com o então ministro da Educação, Abraham Weintraub. À época, ainda em abril do ano passado, Weintraub publicou uma tirinha da Turma da Mônica, mas com frases imitando um suposto sotaque chinês e que insinuavam que a China estava se beneficiando com a pandemia. Wanming fez questão de exigir retratação pública de Weintraub, reforçando a ‘simpatia’ da oposição ao governo.

EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL
Na carreira diplomática desde 1990, Wanming é um dos poucos representantes chineses que se dedicaram a se familiarizar com a América Latina. Com mestrado em Economia e doutorado em Direito, pela Academia Chinesa de Ciências Sociais, seu diferencial foi aprender espanhol. Por causa desta habilidade, Wanming foi embaixador no México, no Chile (2012-2014) e na Argentina (2014-2018).

Já no fim de 2018 e às vésperas do governo Bolsonaro, o diplomata aportou no Brasil com a esposa e os dois filhos, onde segue defendendo a agenda de seu país e influenciando a política interna. Uma das atuações de maior expressividade ocorre na implantação do 5G fornecido pela Huawei, gigante tecnológica chinesa que quer ganhar o território nacional. A empresa sofre séria resistência de apoiadores de Bolsonaro, sobretudo pelo desconfiança com relação à segurança nacional e à soberania.

Fonte:Pleno News
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