Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta quinta-feira (27), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que, em dezembro no ano passado, quando o mundo iniciava a vacinação contra Covid-19, o Instituto Butantan já tinha 5,5 milhões de doses Coronovac produzidas e 4 milhões em processamento. Ambos os lotes não tinham contrato com o Ministério da Saúde.
Segundo o diretor, se não fossem os “percalços” que o Instituto teve que enfrentar no período, “tanto do ponto de vista do contrato, quanto do ponto de vista também regulatório”, o Brasil poderia ter começado a imunização contra Covid-19 ainda no ano passado.
O diretor do Butantan afirmou que, enquanto a maioria dos países já tinha feito a regulamentação para o uso emergencial das vacinas contra Covid em meados do ano passado, a regulação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) saiu apenas em dezembro de 2020.
De acordo com Covas, se não fossem esses “atrasos”, o Brasil poderia ter sido o primeiro país do mundo a começar a vacinação contra Covid-19. Para Covas, o cenário não se concretizou por uma falta de “agilidade maior de todos esses autores”.
Covas também afirmou que as “idas e vindas” do governo com relação ao tema, apesar de não atrapalharem o quantitativo de vacinas entregues à pasta, continuaram a atrasar o cronograma de entrega dos imunizantes. O contrato final com o governo foi assinado no dia 7 de janeiro deste ano.
*Estadão