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Primeiro show-teste em Salvador tem trio elétrico, chuva e pouca gente
Foto: Max Haack / Ag. Haack / Bahia Notícias

Era 19h15 desta sexta-feira (27) quando o cantor Gerônimo subiu no palco e começou a tocar para um público diminuto, enquanto a chuva castigava a área externa do Centro de Convenções de Salvador.
 

O primeiro show-teste realizado pela prefeitura de Salvador após o início da pandemia foi marcado por chuvas e por um público que não chegou nem a metade das 500 pessoas convidadas.
 

"É claro que a chuva atrapalhou. Mas foi um primeiro passo para avaliarmos a retomada dos eventos em nossa cidade", afirmou o prefeito Bruno Reis (DEM).
 

Os protocolos que deveriam incluir inspetores nos corredores e pedidos por aplicativo até para ir ao banheiro acabaram sendo flexibilizados diante da baixa adesão do público. Outros, como o pedido de bebida e comidas via aplicativo, funcionaram a contento.
 

Com previsão inicial de um público máximo de 500 pessoas, o espaço foi dividido em 125 baias de 16 m2 cada uma, batizadas de lounges, separadas por grades metálicas. Cada uma tinha uma mesa para o público apoiar comidas e bebidas.
 

Os shows começaram às 18h com previsão de encerramento às 22h com apresentações de Márcia Castro, Gerônimo, Afrofunksoul e Afoxé Darajú de Odé. Dois shows aconteceram em cima de um trio elétrico e os outros dois em um palco.
 

Dentro do evento, o uso de máscaras foi obrigatório para todos, exceto para os artistas que se apresentaram. Não houve exigência quanto ao tipo de proteção e parte do público usou modelos de tecido, consideradas menos seguras.
 

A retirada da máscara era permitida durante o consumo de comidas e bebidas -o que representou quase todo o tempo da festa no caso de alguns convidados, que mantinham o equipamento no queixo.
 

O protocolo de quatro pessoas em cada baia também foi quebrado. Em algumas delas, haviam até seis que bebiam sem máscaras em torno de uma mesa de metal.
 

Os pedidos de comida e bebida eram feitos por meio de um aplicativo. Só foram permitidas comidas industrializadas e previamente embaladas -havia opção de bolinho de aipim com carne do sol, hambúrguer e coxinha.
 

O público foi convidado pelos patrocinadores do evento. Foram exigidas apresentação da carteira de vacinação com ao menos uma dose do imunizante contra a Covid-19 tomado até 27 de julho.
 

Também houve exigência de testes de Covid do tipo PCR negativos realizados na véspera do evento. As pessoas que participaram da festa terão que realizar outro teste PCR dentro de 15 dias.
 

Nesta sexta, 1,8 milhão de pessoas em Salvador haviam recebido a primeira dose da vacina e 840 mil receberam as duas doses ou dose única -equivalente a 43% do público alvo.
 

A partir desse evento-teste é que a prefeitura vai estabelecer os protocolos sanitários para a realização de shows e festas na cidade. O atual decreto da pandemia do governo estadual permite eventos com até 500 pessoas.
 

O prefeito Bruno Reis disse que o show-teste servirá para definir protocolos e que não significa uma liberação imediata de eventos na cidade. Mas afirmou estar otimista e afirmou acreditar na realização de shows ainda em 2021.
 

"Sempre deixei claro que fazer um evento para testar protocolos não significava a liberação de eventos. Vamos monitorar as pessoas [que participaram da festa], ver se alguém foi contaminado, e quais foram as consequências", disse.
 

O show-teste acontece um dia depois do estado da Bahia registrar os primeiros casos das variantes delta e beta da Covid-19. Os três casos foram identificados nesta quinta (26) nas cidades de Feira de Santana e Vereda.
 

A festa aconteceria incialmente em 29 de julho, mas foi adiada justamente pelo temor da disseminação da variante delta na capital baiana. Mesmo com o registro dos primeiros casos, o evento foi mantido pela prefeitura.
 

Bruno Reis afirmou que o cenário da pandemia na capital baiana, com ocupação de 26% dos leitos de terapia intensiva e uma quantidade de leitos em funcionamento que é metade do que havia em maio, deu um maior segurança e tranquilidade para a realização do evento.
 

Disse ainda que, caso o número de casos de coronavírus volte a crescer na capital baiana, poderá rever medidas de flexibilização de eventos.
 

A prefeitura já iniciou o planejamento para a festa de Réveillon e para o Carnaval e trabalha com diferentes cenários, tanto em relação a formato quanto de tamanho do público.
 

Mesmo sem decreto permitindo a realização de festas, Salvador tem registrado eventos clandestinos e cenas de aglomeração nos últimos meses. No último fim de semana, dezenas de pessoas se aglomeraram nas proximidades da praia do Porto da Barra em um clima de festa de largo.

Fonte:Folhapress
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