Um dia após as falas inflamadas do presidente da República nos atos do 7 de Setembro, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), reconheceu que há uma "crise real" no país, e que a solução para problemas como a fome e a miséria "não está no autoritarismo, não está nos arroubos antidemocráticos, não está em questionar a democracia".
"[Há] Uma crise real de fome e de miséria que bate à porta dos brasileiros, sacrificando a dignidade das pessoas. De inflação, com a perda do poder de compra dos brasileiros, as coisas estão mais caras. A crise do desemprego, a crise energética, a crise hídrica. Uma pandemia que entristeceu muito o país", enumerou Pacheco em vídeo.
Para o presidente da Casa, é à crise real que precisa ser solucionada. Ele, no entanto, não falou diretamente sobre as pautas dos atos e nem sobre as falas de Bolsonaro – que incluíram, por exemplo, a ameaça de desrespeitar decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e acusações, sem provas, sobre o sistema eleitoral.
No pronunciamento gravado, Pacheco voltou a cobrar diálogo e harmonia entre Executivo, Legislativo e Judiciário.
"Que os poderes sentem à mesa, que os poderes se organizem, se respeitem, cada qual cumpra o seu papel respeitando o papel do outro, e busquem uma harmonia que vai significar na solução dos problemas das pessoas", afirmou.