O PT, maior partido de oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não deve aderir institucionalmente ao ato marcado para acontecer neste domingo (12) em reação às manifestações bolsonaristas realizadas na última terça-feira (7), durante o feriado de 7 de Setembro.
A informação foi divulgada ao Bahia Notícias pelo presidente do PT no estado, Éden Valadares, que conversou nesta quarta-feira (8) com a presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann. “Nossa posição é de reconhecer como legítimo e bem-vindo qualquer mobilização pelo ‘fora, Bolsonaro’, contra a postura autoritária e antidemocrática de Bolsonaro, mas, para construir algo em conjunto, é preciso uma construção conjunta e não por adesão”, explicou, em entrevista ao Bahia Notícias.
“Entendemos que toda manifestação pró-democracia, contra Bolsonaro, é bem-vinda, mas uma mobilização que seja realmente nacional e que tenha participação de todo o campo democrático demanda um processo de construção, não pode ser feito por adesão”, acrescentou.
Éden, contudo, pontua que a posição não foi debatida com membros da executiva estadual do PT. Ele ainda indica que, futuramente, pode haver mobilizações capitaneadas por partidos de esquerda, de centro, movimentos sociais e setores da sociedade civil.
“Esses dois campos, a esquerda e o centro, podem juntos construir num outro momento uma mobilização conjunta? Podemos. Mas isso ainda demanda maior amadurecimento e mais diálogo”, comentou.
As afirmações do dirigente petista ocorrem em meio às articulações do Movimento Brasil Livre (MBL) e VPR (Vem Pra Rua), compostos por políticos da direita não bolsonarista, que estão organizando atos para o próximo domingo - embora haja adesão de Força Sindical, UGT, CSB e Nova Central, quatro das maiores centrais sindicais do país.
O movimento, no entanto, deve ser tímido na Bahia. De acordo com o coordenador do MBL no estado, Siqueira Júnior, o grupo decidiu focar as atenções para Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo e Santa Catarina. “Foram locais estratégicos que dão visibilidade à manifestação. Aqui em Salvador temos os bolsonaristas e o pessoal de esquerda. Só teriam o Livres e o Novo que podiam fazer algo nesse sentido. Tentei contato, mas eles não se manifestaram. A gente preferiu abrir mão de fazer aqui. Teria que ter uma organização muito grande que teria que ter começado há mais tempo. Agora, está em cima da hora”, declarou, em entrevista ao BN.
“Temos também problema que o Facebook não tem mais o mesmo alcance que antes. Ficou muito mais difícil aglutinar pessoas dessa maneira”, emendou.
Desta forma, as manifestações devem ser tímidas, mas não devem deixar de acontecer. O presidente do PSOL na Bahia, Fábio Nogueira, indicou que o partido deve realizar ato contra Bolsonaro - ele, no entanto, não detalhou como seria.
Siqueira Jr. ainda indicou que representantes do grupo Livres e do partido Novo devem fazer um ato simbólico em Salvador para protestar contra o presidente da República.