O ministro da Cidadania, João Roma, admitiu que ainda há questões a serem equacionadas para executar o Auxílio Brasil, a nova versão do Bolsa Família. Ele esteve na última sexta-feira (24) num evento promovido pelo site Anota Bahia, em Salvador.
De acordo com ele, é preciso encontrar um equilíbrio entre as áreas econômica e social. “Até porque, por mais que nós tenhamos que fortalecê-las, precisamos ter muito cuidado com o quesito fiscal, pois tudo isso pode desencadear uma fragilidade econômica, o que não é positivo, em especial para os mais pobres“, declarou.
Ele afirmou que a inflação é observada com cuidado pela equipe do governo federal. “Desencadear um avanço no quesito inflacionário significa dar com a mão e tirar com a outra. Pós-pandemia o processo inflacionário foi global, com a exceção de uma China, que utiliza ferramentas distintas das democracias ocidentais. A inflação seguiu, naturalmente, a passos largos, dados esses quesitos”, pontuou.
O programa ainda não tem data para sair do papel. No entanto, segundo o portal iG, ainda há entraves. O projeto depende da solução com os precatórios, que totalizam R$ 89,1 bilhões em 2022. Para se adequar à lei eleitoral que impede aumento de programas sociais em ano de eleição, o governo tenta correr para conseguir lançar o Auxílio Brasil entre novembro ou dezembro deste ano, após o fim do auxílio emergencial.
Em entrevista à revista Veja, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o valor do benefício deve orbitar em torno dos R$ 300. Ele também disse que o aumento de mais de 50% em relação ao Bolsa Família não é por motivos eleitoreiros.
"Acertei com o Paulo Guedes um mínimo de 300 reais para o Auxílio Brasil, um programa que, ao contrário de governos passados, não vai ser usado como curral eleitoral. Se eu usasse o programa para ganhar a eleição, colocava o valor em 600 reais", afirmou.