O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, confirmou presença em audiência pública da Comissão de Cultura da Câmara que será realizada nesta sexta-feira (8). Na ocasião, será debatido o acervo cultural da instituição, que tem sofrido série de ataques por parte de Camargo.
"Para expor a bagunça que encontrei na Palmares, aceito ser inquirido pela petista Benedita da Silva, que inúmeras vezes me chamou de capitão do mato, expressão racista. Estarei sexta-feira na Comissão de Cultura. A Palmares deixou de ser uma senzala da esquerda. Aceitem!", escreveu Camargo nas redes sociais.
Em junho, Camargo recusou participar de audiência da comissão que trataria sobre sua gestão na Palmares e afirmou que não se sentava à mesa para “dialogar com pretos racistas”.
Após a publicação desta nota, Camargo foi às redes afirmar que a comissão havia alterado o formato para videoconferência e que, por isso, não aceitaria participar. "Participarei da audiência somente se for presencial. Estou à disposição. Por que temem me enfrentar pessoalmente no debate?", escreveu.
A comissão afirma, no entanto, que desde o início a audiência seria realizada em formato híbrido, com participações presenciais e virtuais, como tem ocorrido desde o começo da epidemia da Covid-19 —e que nada foi alterado.
Após ter anunciado um expurgo de livros entendidos como marxistas ou problemáticos do acervo da Fundação Cultural Palmares, em junho, Camargo afirmou que haverá um novo acervo, "que abordará a cultura negra em sua riqueza, diversidade, valor e relevância", escreveu o presidente nas redes.
No início de junho, a gestão da Palmares publicou um relatório intitulado "Retrato do Acervo: A Doutrinação Marxista". Segundo o documento, o acervo da fundação conta com 9.565 títulos, dos quais 46% são de temática negra, enquanto 54% são de temática alheia à negra.