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Não há saída para o senador Otto Alencar (PSD). Ou ele aceita a cabeça ou então encara a vice na chapa governista à sucessão estadual.

Não dá mais para Otto negar que a disposição do senador Jaques Wagner (PT) de recuar na decisão de concorrer ao governo, além de ter exposto a responsabilidade do governador Rui Costa (PT) no impasse para a formação da chapa, colocou sobre seus ombros a saída para resolver a crise.

Wagner não tem meios para enfrentar Rui, que o atropelou escalando-se para o Senado, dinamitando o campo onde o senador petista se armava para iniciar o jogo.

O cenário idealizado por Wagner previa ele próprio concorrendo ao governo, Otto ao Senado e o vice-governador João Leão (PP), que não pode mais disputar a reeleição pela legislação eleitoral, indicando um representante para a vice, que também, pela lei, não pode ser seu filho, o deputado federal Cacá (PP).

Tudo pacificado pela disposição de concluir o mandato no comando do governo de Rui, que atuaria como um maestro na campanha. Mas o plano saiu do controle. O governador rebelou-se com o apoio tácito de Leão, que vira na renúncia dele para concorrer ao Senado a chance ímpar de assumir o governo por nove meses.

Portanto, só há uma alternativa para tentar contornar o impasse: forçar Otto a tomar uma decisão que preserve a unidade do grupo. O primeiro passo Wagner já deu. Está disposto a ceder a posição principal da chapa para ele.

Se de fato Otto não a aceitar, vai precisar também fazer algum movimento em prol da até aqui bem sucedida coalizão governista. A saída seria, naturalmente, considerar a vice, diante do bloqueio que Rui fez na passagem para o Senado.

A operação deveria ser simples, porque, se olhar ao redor, a chapa em que Otto pensou em concorrer ao Senado, pelo curso dos acontecimentos, já não existe. Rui decidiu tomar seu lugar e Wagner recolheu-se.

Ainda que Otto queira peitar Rui, no que ninguém acredita, nada adiantará. Bem colocado como origem da crise por Wagner, o governador já deu todos os sinais de que, não importa o que acontecer, vai até o fim.

Há, sim, uma alternativa para Otto se desvencilhar do constrangimento. Admitir que está vendo a manobra, dizer que não se submete a ela e romper com o grupo petista. Nesse caso, ele tanto pode encerrar sua carreira política quanto se aliar ao candidato da oposição ao governo, ACM Neto (União Brasil).

Lá, seria recebido de braços abertos para ocupar exatamente a vaga ao Senado que tanto deseja. Mas teria a ousadia? Por causa da crise no grupo governista, ex-carlistas como Otto passaram a lembrar de uma avaliação que dele fazia o ex-senador ACM.

Ele dizia que o aliado seria imbatível se aliasse à grande coragem física a coragem política.

Fonte:Política Livre
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