Articulação para que Otto Alencar (PSD) seja o candidato da base governista no lugar de Jaques Wagner (PT) é rechaçada pela bancada do PT
O deputado federal Jorge Solla (PT) expôs a fratura na base petista em meio às articulações para a formação da chapa governista. Em nota enviada à imprensa nesta sexta-feira (25), o parlamentar "desautorizou" o lançamento do senador Otto Alencar (PSD) como candidato do grupo ao governo estadual em detrimento do correligionário Jaques Wagner (PT).
"Diante a divulgação na imprensa de formulações e montagens de chapa à eleição estadual na Bahia, declaramos que não reconhecemos nenhuma decisão que não passe pelas devidas instâncias partidárias. O órgão máximo de definição da tática eleitoral é o encontro partidário", afirma.
"O PT é um partido político, diferente de outros, que não tem dono, tem instâncias de decisão que são respeitadas. Conclamo as bancadas federal e estadual do PT, prefeitos e vereadores, dirigentes e militância, a defender a candidatura própria do PT com Wagner governador", prossegue Solla.
A revolta do deputado federal é amplamente compartilhada na base estadual petista. Em entrevista ao BNews, a vereadora Maria Marighella, de Salvador, por exemplo, também não reconheceu a composição com Otto Alencar na cabeça. Nesse desenho, a tendência é que o candidato a vice-governador seja indicado pelo PP, enquanto Rui Costa (PT) seria o nome para o Senado Federal.
"Não autorizamos que essa seja a nossa chapa. Queremos questionar para revertê-la. Não acatamos essa decisão como nossa. Por enquanto, estamos reinvindicando participação e diálogo. Queremos participar. Se vai haver adesão, reposicionamento do partido é outra questão e ainda é cedo para falar. Não reconhecemos essa chapa como oficial para o PT assumir como sua", afirma a vereadora.
Em meio à possível saída de cena de Wagner, a bancada de deputados baianos do Partido dos Trabalhadores já havia manifestado defesa do nome do ex-governador petista.