09
Mar / 2022 |
Conheça a representante da Bahia que entrou na lista das 100 mulheres mais poderosas do Ag |
Primeira mulher a ocupar o cargo de vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB), Carminha Missio, de 65 anos, entrou no ano passado na lista das 100 Mulheres Poderosas do Agro da Forbes Brasil. Natural de Espumoso, no Rio Grande do Sul, mas baiana de coração, ela mora na cidade de Luís Eduardo Magalhães, na região oeste da Bahia.
“Receber a notícia de que eu estava como uma das 100 poderosas do agro foi muito surpreendente para mim. Num primeiro momento fiquei assustada e não conseguia entender direito. Ao mesmo tempo que estava feliz, eu estava confusa. Eu parei, refletir e pensei bastante se algum passo durante a minha trajetória, serviu como referência para outras mulheres ou para outras pessoas, independente de gênero, isso já me enriquece e me deixa extremamente feliz”, afirmou Missio.
Casada, mãe de três filhos, revelou à reportagem que herdou a atividade agrícola de seus familiares que vieram da Itália para o Brasil há mais de 100 anos.
“Eu nasci agricultora, cresci agricultora e me desenvolvi agricultora. Essa atividade eu herdei dos meus antecessores que migraram da Itália para o Brasil há mais 130 anos. Eu amo essa atividade e sou extremamente feliz e realizada em estar atuando nela”.
Além de agricultora, Carminha se orgulha em falar que também é formada em direito, faculdade que começou a cursar quando tinha 45 anos.
“Fiz um supletivo de primeiro grau e segundo grau e em três meses eu consegui concluir o ensino médio para prestar o vestibular de Direito em uma faculdade privada. Entre 80 vagas eu passei como 30ª colocada. Durante os cinco anos de curso, eu nunca peguei uma recuperação. Me sinto muito feliz porque esse conhecimento eu trouxe para o agro”, diz.
Apesar de possuir uma relação intensa com o oeste baiano desde a década de 80, Carminha só passou a morar em Luís Eduardo Magalhães em 2005, após a conclusão do curso de direito, no Mato Grosso do Sul.
"A minha relação com oeste da Bahia ocorreu devido a meus familiares que antes de mim migraram para cá. Meus patriarcas, ao descobrirem que todos os filhos sonhavam grande e que queriam crescer e ter autonomia financia, viram que era necessário ampliar os horizontes e sair daquele universo de agricultura de subsistência buscando novos horizontes. Aqui descobrimos esse universo e fomos muito bem recebidos”.
Questionada sobre o atual cenário das mulheres no agronegócio, ela ressalta que o protagonismo feminino tem crescido dentro da área.