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Mar / 2022 |
Preço do diesel aumenta 23,4% na Bahia e economista explica impacto no consumidor geral: \ |
O preço do óleo diesel teve um aumento de 23,4% na Bahia, de acordo com a Acelen, empresa que opera a Refinaria Mataripe, na Bahia. Em Salvador, o litro do combustível é encontrado em uma média por R$ 7,29, cerca de R$ 0,50 mais barato que a gasolina.
O aumento representa impacto significativo, principalmente, no orçamento de caminhoneiros e outros transportadores. Além disso, gera alta no índice de inflação por causa da perda do valor de compra e aumento no preço da energia elétrica.
O economista Cézar Almeida destaca que a alta no valor tem um efeito cascata, porque também cresce os preços de bens de consumo, como comida e roupas, além do repasse no valor do frete.
“O diesel tem um grande impacto na nossa economia porque, no Brasil, a maior parte do nosso transporte é feito de forma rodoviária, e os caminhões são abastecidos com óleo diesel. Isso gera um impacto direto no preço do frete, que gera um impacto direto nos preços da cadeia de produção como um todo, diretamente no consumidor, nos alimentos, nos eletrônicos, compras pela internet e por aí vai", avaliou.
"Também tem o que a gente chama de efeito em cascata, porque a própria indústria, para comprar insumos, vai comprar de empresas, e a maior parte será transportado de forma rodoviária, então, o preço dos custos é pressionado, o que gera um aumento do preço final para o consumidor", complementou.
Os preços do combustível na Bahia passaram a subir suscetivamente desde que a Refinaria Landulpho Alves foi privatizada e o grupo árabe Mubadala Capital assumiu a gestão, rebatizando a refinaria para Mataripe. Só neste ano, a Acelen reajustou os valores de combustíveis na Bahia cinco vezes.
Em janeiro, foram três aumentos nos dias 1º, 15 e 22. Já em fevereiro, um novo aumento começou a ser praticado no dia 5. Novamente no dia 5, mas no mês de março, a operadora aumentou o valor dos combustíveis no estado baiano.
Congelamento de imposto
O aumento do preço dos combustíveis está ligado ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que foi congelado pelo governo da Bahia, em decreto. A Acelen alegou que houve problemas operacionais praticar os mesmos valores. No entanto, a empresa não detalhou quais foram os problemas.
A sugestão da Acelen foi pagar uma alíquota baseada em uma média de valores cobrados pela empresa em novembro do ano passado. Na segunda-feira (7), a Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz-BA) aceitou a proposta da Acelen, após uma reunião.
Essa medida será adotada a partir de uma nova base de cálculo. Apesar disso, ainda não está definido é se, na prática, haverá uma redução no preço do combustível.