O diretor do Departamento de Investigações Criminais (Deic), delegado Emygdio Machado Neto, afirmou nesta quarta-feira (17) que a polícia investiga a participação da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) na tentativa de roubo à Protege, em Santo André, no ABC Paulista.
A quadrilha é apontada como mentora de uma série de assaltos ocorridos no estado nos últimos meses: teriam participado de assaltos a três outras empresas de transportes de valores em Ribeirão Preto, Campinas e Santos, e levaram quase R$ 140 milhões.
"A participação (do PCC) é investigada. E o caso de hoje tem ligação com todos os demais anteriores", afirmou Machado Neto. O jornal O Estado de S. Paulo revelou detalhes da investigação da polícia sobre o envolvimento do PCC nas três ações registradas até então, em reportagem publicada em 11 de julho.
No dia seguinte, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) obrigou o Deic a desmentir a suspeita de participação do PCC nos crimes, o que foi feito em entrevista coletiva. Nesta quarta-feira, o diretor do departamento não só afirmou que há suspeita como bandidos ligados à facção foram identificados e alguns estão presos. A polícia considera que a ação dos criminosos foi frustrada, apesar de toda a estratégia de guerra utilizada para tentar roubar a Protege. A empresa, diferentemente das outras ações, reforçou a segurança com vigilantes. Eram 10 quando os bandidos chegaram dando tiros de fuzil e metralhadoras.
Os vigilantes, armados com escopetas calibre 12 e revólveres, trocaram tiros com os ladrões, o que atrasou o andamento do assalto e ajudou na chegada da polícia ao entorno da Protege. Na fuga, os bandidos trocaram tiros com a Polícia Militar, incendiaram 11 veículos e causaram pânico na cidade.
Um funcionário ficou ferido e nada foi levado da empresa. De acordo com o Corpo de Bombeiros, além da Rua dos Coqueiros, sede da Protege, houve outros focos de incêndio nas proximidades, semelhantes a barricadas, e a distribuição de pregos retorcidos nas pistas para tentar conter a chegada da polícia.
A Protege informou, em nota, que os vigilantes e as barreiras do sistema de segurança impediram que os criminosos tivessem acesso ao caixa-forte da empresa e que conseguissem realizar o assalto. A empresa afirmou ainda que o funcionário ferido recebeu atendimento e passa bem. "A Protege aguarda a apuração dos fatos e, para isso, colabora com as autoridades policiais em sua investigação."