A Câmara dos Deputados rejeitou, nesta segunda-feira (12), a possibilidade de separar as votações de cassação e inelegibilidade de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O pedido de resolução foi feito em questão de ordem pelo principal aliado do ex-presidente da Casa, Carlos Marun (PMDB-MS).
O documento visava assegurar a possibilidade de que, mesmo cassado, Cunha não perdesse o direito de voltar a disputar eleições nos próximos dez anos – como determina a Lei da Ficha Limpa.
O líder do PT na Casa, deputado Afonso Florence (PT), contraditou e defendeu que fosse votado o parecer, objeto de apreciação. Em sua avaliação, o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) negou a questão de ordem de Marun ao determinar que projetos de resolução não são distribuídos nem recebem parecer e que, por isso, não seria objeto de deliberação do plenário.
Marun recorreu da decisão e pediu efeito suspensivo da decisão de Maia, o que obrigou o presidente a questionar ao plenário se a resolução poderia ser aprovada. Para que fosse aceita, seria necessário o apoio de ao menos um terço dos parlamentares presentes.
Visivelmente sem obter o número necessário, a resolução foi rejeitada, apesar dos protestos de Marun e demais aliados do peemedebista. Com a decisão do plenário, Cunha ficará inelegível por dez anos caso seja cassado pela Câmara: dois anos referentes ao resto do seu mandato e outros oito determinados pela Lei da Ficha Limpa.