apresenta epítopos (área da molécula do antígeno que se liga aos receptores celulares e aos anticorpos) específicos para cada espécie do parasita. A porção central da proteína é representada por sequências repetitivas de aminoácidos.
Como essa proteína foi associada a uma proteção eficaz contra a malária, a maioria dos ensaios em animais e humanos são baseados na CSP. Ela é um alvo importante para anticorpos e células T (CD4+ e CD8+), que podem eliminar os estágios pré-eritrocitários (antes de atingir as hemácias) do parasita.
Para o P. falciparum, que é a espécie mais agressiva e dominante nas regiões africanas, no sudeste asiático, mediterrâneo oriental e pacífico ocidental, as sequências dos aminoácidos da porção central, alvos de anticorpos, são preservadas.
Mas para o P. vivax, que é o parasita mais presente na região das Américas – onde representa 74% dos casos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), existem três variantes descritas na literatura: VK210, VK247 e vivax-like.
“Vem daí uma das maiores dificuldades de se produzir uma vacina para contra a malária vivax”, explica Alba Marina Gimenez, bióloga e pós-doutoranda no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, que participou da etapas iniciais do estudo. “Ou se faz três vacinas diferentes, o que já é complicado, ou encontram-se formas de ter um só imunizante que cubra as três variações genéticas.” Até a divulgação desta reportagem, ainda não existia nenhum imunizante aprovado para este tipo da doença.
O P. vivax Vaccine Lab, laboratório coordenado por Irene Soares, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), vem, ao longo dos anos, direcionando esforços para produzir uma vacina universal, ou seja, que dê proteção para as variantes de P. Vivax em uma só formulação.