A produção mineral comercializada da Bahia alcançou, em 2022, os R$ 10,2 bilhões de reais. O valor é 7% maior que o registrado em 2021, quando a soma atingiu os R$ 9,6 bilhões, conforme dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia (SDE). Os números alcançados vão de encontro à tendência nacional do setor que encerrou o ano com queda de mais de 26%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
O relatório da SDE também evidencia a produção comercializada do ouro, do cobre e do níquel que se destacaram, alavancando consequentemente a arrecadação da Contribuição Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), nos municípios de Jacobina, Itagibá, Jaguarari e Juazeiro. Conforme a Agência Nacional de Mineração (ANM), a produção mineral dos quatro municípios foi responsável por arrecadar mais da metade da Cfem de todo o estado. Dos mais de R$ 182 milhões de reais arrecadados na Bahia, em 2022, mais de R$ 60 milhões foram dos municípios citados. Tais números significam mais verba para os cofres públicos das cidades, uma vez que os municípios produtores ficam com 60% desta arrecadação.
Para o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (Cbpm), a mineração é de grande importância para as dezenas de municípios baianos que possuem direito a esse recurso. “A mineração tem papel fundamental para o crescimento do estado. As cidades onde estão situadas as empresas são beneficiadas tanto com o dinheiro da CFEM que retorna para o município quanto pelos empregos gerados, que normalmente pagam três vezes a mais do que em outros setores, beneficiando toda a economia da cidade”, declara Tramm.
Emprego e Renda
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, mostram que o setor emprega diretamente mais de 14 mil pessoas, apenas na Bahia, número que é ainda maior se levarmos em consideração os postos de trabalho indiretos que são criados. O Instituto Brasileiro de Mineração estima que para cada emprego direto 11 indiretos são criados, o que corresponde a mais de 150 mil postos de trabalho gerados, por conta da atividade mineral. Além da geração de emprego, a média salarial dos trabalhadores da mineração vem se destacando ao longo dos anos, sendo superior a atividades como a agropecuária e o comércio, por exemplo.
Investimentos a todo o Vapor
Conforme dados do Ibram, aproximadamente US$ 6 bilhões de dólares serão investidos no setor entre 2022 e 2026, o equivalente a quase R$ 30 bilhões de reais. Entre as empresas que estão investindo na mineração baiana está a Equinox Gold, que é parceira da CBPM. A mineradora investiu mais de 100 milhões de dólares na construção de uma nova planta industrial na cidade de Santaluz, a 212 km de Salvador, e tem a expectativa de produzir três toneladas de ouro por ano.
Outra empresa com grande previsão de investimentos no estado é a BAMIN, a mineradora ampliou o plano de investimentos na Bahia de R$ 14 bi para R$ 20 bilhões até 2026. A companhia também aumentou o plano de produção de minério de ferro, de 18 milhões de toneladas para 26 milhões de toneladas, por ano, a partir de 2026, quando estiverem em operação o Trecho 1 da Ferrovia Oeste Leste (FIOL) e o Porto Sul.
Bahia lidera investimentos em pesquisa mineral
Além dos grandes investimentos previstos para os próximos anos, o valor destinado à pesquisa mineral é um diferencial e a Bahia vem se destacando ao longo dos últimos anos. Dados da Agência Nacional de Mineração (ANM) mostram que no acumulado dos últimos quatro anos (2017 a 2021) a Bahia foi o estado que mais realizou investimentos em pesquisa mineral. No total, foram mais de R$1,5 bilhões de reais (contabilizando investimentos públicos e privados).
“Nós precisamos ampliar, reconhecer o papel, a importância da pesquisa mineral e, nesse sentido, quero dar parabéns à Bahia e, particularmente, à CBPM. A Bahia hoje é a campeã nacional em pesquisa mineral, um em cada três reais aplicados em pesquisa é aqui na Bahia. A Bahia é o terceiro lugar na mineração hoje, só perdendo para o Pará e Minas Gerais, mas eles não perdem por esperar”, salienta o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração Raul Jungmann.