Em Luís Eduardo Magalhães, no oeste do estado, a população tem sofrido com a falta de médicos especialistas e com a suspensão de cirurgias. Os moradores se queixam do atendimento deficiente em algumas unidades públicas por causa das demissões na prefeitura do município.
Dentre as unidades com problemas estão o posto de saúde Oscar Doerner, como também a Policlínica Municipal. Com diabetes e pressão alta, o aposentado Lorival Santana afirma que está há dias sem os medicamentos de uso diário e controlado. “Estou com oito dias que não tomo porque não tinha o remédio em casa. Eu fui no posto e não tinha médico para me atender, para poder me dar a receita”, disse.
Na porta da Policlínica Municipal consta um quadro com os serviços que são oferecidos pela unidade, a maioria deles feitos por médicos especialistas, como fonoaudiólogo, pediatra e psiquiatra. Entretanto, o paciente que chega ao local não consegue os atendimentos.
A dona da casa Gisleide Abades afirma que a filha recebia assistência psiquiátrica no local há seis meses, mas por causa das demissões o tratamento teve que ser interrompido. “[Ele] não veio mais. Aí tem que ficar trocando de médico e não tem médico”, relatou.
Sem os médicos especialistas, as cirurgias também tiveram que ser desmarcadas. A dona de casa Simone Gonçalves dos Santos disse que a filha de dois anos precisa fazer um procedimento na garganta, mas não consegue atendimento médico. “A moça me disse na policlínica que ela precisava de um tratamento de garganta para operação. Mas eu não consegui e agora ela disse que eu tenho que fazer particular. Estão demitindo todo mundo”, lamenta.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães para saber quantos profissionais foram dispensados e o motivo das demissões, mas ninguém quis falar sobre o assunto.