Policiais rodoviários federais têm manifestado descontentamento com o que consideram tratamento desigual recebido pela corporação por parte do Ministério da Justiça, comandado por Flávio Dino, e criticam declarações que a qualificam de violenta.
Os policiais demonstram insatisfação especificamente com o que avaliam ser um tratamento mais amplo dado pelo ministério a alguns episódios envolvendo a corporação, como as mortes da menina Heloisa da Silva Santos, 3, no Rio de Janeiro, e de Genivaldo de Jesus Santos, 38, ambas provocadas por ações de integrantes da corporação.
No primeiro caso, a menina foi baleada na nuca e no ombro em setembro durante uma ação da Polícia Rodoviária Federal no Arco Metropolitano, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. Já Genivaldo foi agredido e asfixiado em uma viatura da PRF em 25 de maio de 2022 em Umbaúba, no sul de Sergipe.
Integrantes da PRF afirmam que há uma tentativa de atribuir à corporação a pecha de violenta a partir de episódios isolados.
Eles reclamam de Dino ter falado em esforço para diminuir as mortes em ações da corporação e citam dados que apontam para uma média de letalidade menor que a de outras forças —segundo eles, de 0,14 óbito por milhão de habitantes, contra 29,5 óbitos por milhão de polícias civis e militares.
Os policiais argumentam ainda que não há esforço do Ministério da Justiça de defender a corporação.
Já integrantes da pasta rechaçam as críticas e afirmam que a PRF precisa seguir o protocolo que está no seu manual de abordagem. O caso mais evidente seria o da menina Heloísa, em que os policiais teriam atirado após o pai da criança indicar que pararia o carro —os agentes acharam que o veículo era roubado.