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Em janeiro e fevereiro, custo da comida em casa subiu 2,95%, contra 1,25% do IPCA. El Niño afetou colheita. Feijão, arroz, batata e cenoura já têm alta superior a 10% em 2024

Os preços dos alimentos consumidos nos domicílios das famílias brasileiras vêm subindo acima da inflação desde outubro do ano passado. E, só este ano, em janeiro e fevereiro, a alta chega a 2,95% - ou seja, mais que o dobro do 1,25% do IPCA, índice oficial de inflação deste ano.

Não por acaso o tema entrou no radar do presidente Lula, que realizou uma reunião ministerial para discutir os preços dos alimentos, nesta quinta-feira.

Em fevereiro, a alta de preços foi puxada por cebola, batata-inglesa, frutas, arroz e leite longa vida. No ano, o preço da batata-inglesa já subiu 38,24 e da cenoura, 56,99%.

Ao divulgar os dados da inflação de fevereiro, André Almeida, gerente da pesquisa do IBGE, explica que os preços dos alimentos, principalmente in natura, tem sido impactados pelo clima desde o fim do ano passado. Já há uma desaceleração das altas, mas ainda assim os alimentos têm ficado mais caros:

— No final do ano passado e início desse ano, tivemos um efeito mais intenso por conta do El Niño. Tivemos muitas ondas de calor, um volume de chuvas muito acima do tradicional.

A alta nos alimentos atingiu alguns itens com forte presença na mesa dos brasileiros. Veja alguns exemplos de preços que subiram mais de 10% este ano:

  • Cenoura: 56,99%
  • Batata-inglesa: 38,24%
  • Banana prata: 17,45%
  • Feijão carioca: 15,27%
  • Feijão preto: 11,95%
  • Arroz: 10,32%

Apesar da alta recente, o aumento nos preços dos alimentos ainda está distante do pico de 17,5% em 12 meses alcançado em julho de 2022, destaca Alberto Ramos, economista do Goldman Sachs. Em fevereiro, a alta anualizada dos alimentos estava em 1,77%.

Fonte:O Globo
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