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A atuação de facções criminosas na Amazônia está associada ao controle do fornecimento de cocaína peruana para Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. O lucro anual estimado é de US$ 4,5 bilhões. As informações estão reunidas no relatório do serviço de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, com base em dados fornecidos por secretarias de outros estados e pela Polícia Federal nos últimos anos nas fronteiras do Brasil com Peru e Colômbia. De acordo com a Folha, o questionário foi elaborado em resposta à disputa entre as facções criminosas Família do Norte (FDN), aliada do Comando Vermelho, e o Primeiro Comando da Capital (PCC).

O governo amazonense enviou questionário padrão a todos os estados das regiões abastecidas pelas rotas amazônicas, sobretudo a do Rio Solimões, por onde passa a cocaína peruana. Dos dez estados que responderam à consulta, sete têm presença do PCC (AC, AL, CE, MA, RO, RR e SE), seis detectaram núcleos do CV (AC, AL, CE, MA, RO e RR) e dois registraram atividade da Família do Norte (AC e RR). Conforme o relatório, em diferentes estados também há facções locais, como o Bonde dos 13, no Acre; os Anjos da Morte, no Maranhão; e o Comando Classe A, no Pará. Goiás e Rio Grande do Norte informaram que não possuem facções criminosas em seus territórios.

O Amazonas tem presença de três facções, das quais a FDN é a que mais mobiliza drogas e recursos. O PCC controla principalmente a rota que usa o território paraguaio para abastecer o Centro-Sul com cocaína peruana e boliviana. O Brasil é o segundo maior consumidor de cocaína, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo estudo da Organização das Nações Unidas (ONU), publicada em 2015.

"Os resultados obtidos indicam que o Amazonas se configura como o principal corredor do ingresso de cocaína no Brasil, proveniente dos cultivos de coca nas fronteiras Brasil-Peru e Brasil-Colômbia", conclui o relatório. Os dados mostram ainda que o número atual de policiais no Amazonas não é suficiente.

Seriam necessários pelo menos 15 mil policiais militares e 2.670 policiais civis, quando existem atualmente 8,9 mil policiais militares e 1.905 policiais civis. "Se não houver uma guinada, estaremos no caminho do México. Tem de ter acompanhamento perene. Fiscalização esporádica não funciona", avaliou Sérgio Fontes, secretário de Segurança Pública do Amazonas.

Fonte:Jornal do Brasil
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