O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta segunda-feira (7) que a “questão da água está resolvida”, referindo-se ao término da crise hídrica no estado de São Paulo. “A questão da água está resolvida, porque nós já chegamos a quase 60% do Cantareira e 40% do Alto Tietê. Isso é água para quatro ou cinco anos de seca”, afirmou o governador. A declaração foi dada durante um seminário na Associação Comercial de São Paulo, no Centro da capital paulista.
O nível de água do Sistema Cantareira registrou nova alta nesta segunda-feira (7) e opera com 58% da sua capacidade, considerando o volume morto, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). “Essa questão [da falta d’água] não tem mais risco, mesmo que haja seca. E teremos a partir do ano que vem uma superestrutura em São Paulo. O estado e a região metropolitana estarão bem preparados para as mudanças climáticas”, garantiu.
Por causa da crise hídrica, a reserva técnica do Cantareira, volume de água abaixo das comportas, começou a ser bombeada em maio de 2014. Na época, ainda havia água no volume útil. Em julho, porém, o sistema passou a operar somente com o volume morto.
O fim da dependência da reserva técnica ocorreu antes do previsto pela Sabesp. A expectativa era de uso até o fim do verão, com probabilidade de 98% de o Cantareira sair do volume morto até abril, mas o sistema opera sem a reserva desde o fim de dezembro de 2015. A chuva acima da média nos últimos meses acelerou o processo e as represas acumularam mais água por causa da precipitação intensa e entrada de água no manancial.
Por isso, o Cantareira voltou a ser, em janeiro deste ano, o principal sistema produtor de água da Grande São Paulo, e atende atualmente 5,7 milhões de pessoas na região.
O governador argumentou que o estado enfrentou a maior seca da histórica, em 2014, e se orgulhou de não ter sido decretado um rodízio oficial. Apesar disso, a população enfrentou torneiras secas em todas as regiões da cidade de São Paulo. Na ocasião, o governo paulista justificou a falta d’água como redução de pressão para evitar perdas.
“A maior seca tinha sido em 1953. Em 2014 choveu a metade de 1953 e não teve rodízio. Operamos com engenharia e interligamos sete sistemas e no ano que vem chega um sistema novo em São Paulo que é o São Lourenço, mais 6,4 metros cúbicos por segundo de água”, citou a Parceria Público-Privada (PPP) São Lourenço. Um metro cúbico corresponde a 1 mil litros de água.