O incêndio que atingiu áreas de Mata Atlântica na cidade de Porto Seguro, no extremo sul da Bahia, foi controlado nesta segunda-feira (14). De acordo com informações do Tenente Coronel Resende, comandante do 6º Grupamento de Bombeiros Militares (GBM), que atua na região, o fogo foi apagado, mas ainda não é considerado extinto.
"O fogo principal, no Vale do Rio Buranhém, que trazia transtornos à população, já controlamos. Conforme as técnicas de extinção de incêndios florestais, nós só vamos declarar extinção do fogo após 48 horas dele ser apagado. Estamos em observação porque ele pode vir a voltar", afirmou o comandante do 6º GBM.
O trabalho de combate ao incêndio contou com o apoio do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer).
Ainda segundo o Tenente Coronel Resende, o fogo que atingiu a área por mais de dez dias foi provocado pela ação humana. A situação foi agravada pela falta de chuva na região. Segundo informou o comandante do 6º GBM, o fogo teve início no dia 2 de março e, além da destruição da flora, provocou a morte de animais silvestres.
Combate
Na quinta-feira (10), um helicóptero do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer) foi enviado para Porto Seguro para ajudar a combater as chamas nas áreas de difícil acesso. O foco que mais preocupava os brigadistas fica no Vale do Rio Buranhém, por causa dos transtornos causados à população, devido à fumaça que chegava até às residências.
Também foram registrados focos de incêndio nas localidades de Mundaí, Outeiro da Glória, na estrada que dá acesso ao distrito de Arraial D'Ajuda, na Fazenda Tabatinga, localizada na entrada do município, e no bairro Xurupita, onde um jovem de 23 anos foi preso em flagrante, no início desta semana, no momento em que colocava fogo numa área florestal. Houve registro de incêndio também numa área do município vizinho de Santa Cruz Cabrália, a cerca de 20 quilômetros de Porto Seguro. Todos os locais possuem áreas de proteção permanente.
"As chamas são provocadas pela ação humana. É criminoso. Temos acompanhado o uso indevido do fogo por muitas pessoas no município, sobretudo em áreas de ocupação desordenada, mas isso cabe aos órgãos ambientais fiscalizar. A seca é um grande problema e favorece as queimadas. O que a gente deve deixar claro é que o fogo não começa sozinho", destacou o Tenente Coronel Resende.
Segundo o Corpo de Bombeiros, ainda não foi feito um levantamento para dimensionar a área atingida pelas chamas. "O tamanho da área atingida a gente vai ver com o Inema, que é responsável por verificar as causa e a dimensão da área afetadas", completou Resende.