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Abr / 2016 |
Impeachment reaproxima PT de movimentos sociais e pode ajudar na eleição, diz Everaldo |
O processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff atrasou a definição da pré-candidatura do PT em Salvador, mas pode acabar favorecendo a legenda nas eleições deste ano. Presidente da sigla na Bahia, Everaldo Anunciação explicou que, após a votação do processo contra Dilma na Câmara dos Deputados, a discussão sobre a capital baiana será retomada.
“Nós vamos fazer uma reunião na próxima terça-feira, pra construir uma agenda de debate. A gente tinha suspendido por causa da mobilização. Como agora vai suspender o golpe por um tempo, de certa forma, vamos retomar os encontros. Nós tínhamos montado uma estratégia pro mês de abril, vai atrasar pra maio, mas antes do fim do mês acho que nós já teremos uma definição”, explicou. Segundo Everaldo, como há uma tendência de defesa de candidatura própria em Salvador, os próximos passos serão unificar uma decisão partidária e conversar com a base. Para ele, contudo, o atraso na definição de um nome não deve ter um impacto significativo no resultado das eleições.
“Você tem um partido que já tem um nível de conhecimento, um projeto que vai levar debate, tem presença forte de atuação do governo do Estado. Isso nos coloca em uma situação avançada. Não vamos trabalhar um personagem, mas um projeto, o legado do que fizemos ao longo desses anos”, defendeu. E apesar do processo de impeachment de Dilma ter atrasado as conversas sobre o pleito em Salvador, o presidente acredita que a “tentativa de golpe” pode até mesmo ajudar o PT durante as eleições.
Principalmente em relação ao financiamento de campanha, que não poderá contar com contribuições de empresas a partir deste ano. “Acho que a própria conjuntura negativa, do impedimento aprovado, apresenta coisas muito positivas. Houve uma reaproximação dos movimentos sociais organizados, uma relação mais direta com a sociedade.
Este será um novo marco da disputa eleitoral, com a população mais diretamente envolvida. A superestrutura de campanha vai ter influência, mas cada vez menor, porque isso vai criar uma nova relação com a população”, avaliou. Segundo Anunciação, o partido já tem algumas alternativas de arrecadação. “Nós vamos retomar a cultura que o PT tinha, de usar a força da militância, de fazer atividades, venda de material, ter contribuições”, detalhou.