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Apesar do platô atual na curva da pandemia em relação aos casos ativos, novas ocorrências e mortes pela Covid-19, a Bahia pode ser afetada por uma segunda onda de contaminação até o fim do ano. O repique na curva de contaminação pela doença já é uma realidade na Europa e acende um alerta para outras localidade. A possibilidade foi admitida pelo secretário da Saúde, Fábio Vilas-Boas, ao Bahia Notícias, que teme os reflexos da flexibilização de atividades comerciais na capital e no interior, aglomerações e o abandono do uso de máscaras de proteção pela população, que tem sido comuns, principalmente em meio ao período eleitoral.

 

O titular da Sesab publicou gráficos para mostrar que a Bahia está em uma situação de platô da curva de contaminação, mas alertou para a possibilidade de uma retomada do processo de contágio em publicação no Twitter nesta segunda-feira (26). O secretário explicou que "esse platô, na sequência da forte redução que vinha ocorrendo (queda sustentada), significa uma retomada do processo de contágio" .

 

Os registros de casos, com novos recordes diários, começaram a ser identificados nas últimas semanas no continente europeu. Desde então os países da Europa, que passaram pelo primeiro pico da pandemia quando a doença chegou ao Brasil, nos meses de fevereiro e março, têm reforçado medidas para tentar evitar uma nova alta dos casos de coronavírus.

 

RETRATO DO FUTURO?

É importante destacar que a Europa e o Brasil vivem momentos diferentes da pandemia. Na Bahia foi no mês de julho que foram registrados os índices mais altos de novos casos, mortes e ocupação de leitos, momento que países europeus haviam superado as medidas restritivas e liberavam fronteiras.

 

Em meados de junho, quando o verão no hemisfério Norte se aproximava, a Europa iniciou a flexibilização para turistas. Alguns países deixaram de fazer exigência de quarentena para visitantes, por exemplo. Agora, cerca de quatro meses depois, os países europeus tentam impedir um repique da Covid-19, cujas taxas de infecção diárias têm batido novos recordes.

 

Os gráficos apresentados pelo titular da Saúde na Bahia de fato mostram o atingimento de um platô no número de casos ativos e casos novos. Mas nada garante que, assim como na Europa, daqui a alguns meses a curva volte a se acentuar no estado.

 

Há uma semana, na segunda-feira (19), o governador Rui Costa sinalizou que o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) tem processado menos testes RT-PCR para diagnóstico da Covid-19 do que é capaz. O gestor reconheceu que os municípios têm realizado menos testes, fato que desperta preocupação.

 

Diante de questionamento sobre a queda no número de testes, o secretário Fábio Vilas-Boas afirmou que "o nível de testagem caiu, mas se mantém com 25% de positividade".

 

A flexibilização das medidas restritivas foi iniciada no fim de julho na capital da Bahia. A gestão municipal elaborou junto com o governo do estado o protocolo de retomada das atividades comerciais, e adotou a estratégia de condicionar a reabertura ao índice de ocupação das UTIs da cidade. Na fase 1, shoppings, igrejas e comércio de rua acima de 200m² foram os estabelecimentos autorizados a reabrir quando a ocupação dos leitos atingiu 75%. Na sequência, a fase 2 exigiu que a ocupação fosse estabilizada por pelo menos cinco dias em uma faixa até 70%. Nessa etapa houve a reabertura de academias de ginástica e similares; barbearias, salões de beleza e similares; centros culturais, museus e galerias de arte; lanchonetes, bares e restaurantes. Quando a cidade atingiu a estabilização nos leitos de UTI na faixa até 60%, foi colocada em prática a fase 3, em que foi liberada a reabertura de parques de diversões e parques temáticos; teatros, cinemas e demais casas de espetáculo; clubes sociais, recreativos e esportivos; e centros de eventos e convenções.

 

No estado o governador Rui Costa assinou um decreto no início de setembro em que ampliou o limite do número de pessoas permitidas em eventos em todo estado para 100. Em 23 de outubro o número foi alterado, e passou a ser autorizado até 200 pessoas em eventos.

 

O governo estadual e a prefeitura de Salvador deram início neste mês a desmobilização de hospitais de campanha para pacientes da Covid-19. Até o momento já são três unidades em que o processo foi anunciado. O primeiro foi o instalado na Arena Fonte Nova, em Salvador,  que chegou a ter 240 leitos, sendo 100 de terapia intensiva (UTI). A unidade encerrou as atividades em 16 de outubro. No mesmo dia a prefeitura de Salvador anunciou que a tenda um do Hospital de Campanha do Wet'n Wild, na Paralela, havia entrado em processo de desmobilização. Em seguida a Sesab anunciou que o Hospital Santa Clara, seria mais um a encerrar as atividades.

 

Assim como na Bahia, a Lombardia, epicentro da pandemia do novo coronavírus na Itália, chegou a desativar leitos dos hospitais de campanha. Mas depois de decretar toque de recolher noturno a partir de quinta-feira (22), o governo da Lombardia, decidiu reabrir os hospitais de campanha da Feira de Milão e do município de Bergamo, que funcionaram durante o pico da crise sanitária.

Fonte:Bahia Notícias
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