Milhares de pessoas manifestaram-se na Itália, principalmente no norte e no sul, contra as restrições anunciadas no domingo (25) para conter a disseminação do novo coronavírus no país, que registrou ontem um recorde de 21.273 novos casos. O protestos terminaram em confrontos com a polícia e detidos em várias cidades.
De acordo com as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, desde domingo, restaurantes e bares deveriam fechar após as 18 horas. As academias, piscinas e cinemas tiveram de suspender as atividades. As restrições acentuaram o mal-estar no país, que este ano deve enfrentar sua pior recessão desde a 2.ª Guerra.
Com as medidas, a Itália impõe uma quarta rodada de restrições neste mês e a mais severa delas desde que o país suspendeu o lockdown nacional em maio. O país tinha 1.208 pacientes com a covid-19 internados em UTI no domingo – mais do que em 9 de março, quando Conte anunciou o confinamento.
– Estes são dias difíceis. A curva de contágio está crescendo no mundo. Em toda a Europa a onda é muito alta. Devemos reagir imediatamente e com determinação se quisermos evitar números insustentáveis – disse o ministro da Saúde, Roberto Speranza.
Por causa do aumento de casos na Europa, o Ministério das Relações Exteriores da Itália pediu a seus cidadãos que não viajem ao exterior, “exceto por razões estritamente necessárias”. Na madrugada de sábado (24) para domingo, manifestantes protestaram contra o toque de recolher e enfrentaram forças de segurança no centro histórico de Roma.
Os manifestantes esperaram até um minuto antes da meia-noite para lançar fogos de artifício com as cores da bandeira italiana contra a polícia. Sete foram detidos e dois policiais ficaram feridos. No domingo, também houve protestos em Turim, Nápoles, Catânia e Verona.
A Europa pareceu vencer as taxas de infecção em setembro. Mas, com a reabertura das economias e o clima mais frio empurrando as pessoas para dentro de casa, vários países estão relatando um aumento no número de casos que está superando os recordes registrados no auge da pandemia.
*Estadão