03
Dez / 2020 |
Bahia compra agulhas e seringas, mas vacina da Covid será adquirida pelo governo federal |
Dada a largada na corrida mundial pela vacina contra a Covid-19, uma corrida paralela também deverá ter início: a das seringas e agulhas. Com a responsabilidade de comprar os imunizantes sendo do Programa Nacional de Imunização, órgão do Ministério da Saúde, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) se antecipou e adquiriu 16 milhões de seringas e agulhas e está em processo de aquisição de outros 14 milhões kits.
A Bahia tem um único acordo de cooperação, que é com o Fundo Soberano da Rússia (RDIF) para o fornecimento de até 50 milhões de doses da vacina russa Sputnik V. O acordo permitirá que a Bahia, por meio da Bahiafarma, comercialize a vacina em território brasileiro, desde que aprovada pelos órgãos reguladores do Brasil . O fabricante russo está em contato direto com as entidades nacionais a fim de validar a vacina no Brasil.
A indefinição segue sendo qual vacina será comprada e distribuída pelo país, e a dúvida permanece por conta da conservação e armazenamento do material. O padrão nacional de conservação das vacinas no SUS utiliza a temperatura de 2°C a 8°C como sendo a ideal.
"Relatos preliminares da vacina contra o coronavírus produzida pela Pfizer - Biotech, indicam que ela deverá ser armazenada em ultracongeladores, com temperaturas abaixo de 70°C negativos, equipamentos esses que não estão disponíveis na rede de frios dos estados e municípios. A Sesab dispõe desses equipamentos apenas no Lacen e na Fundação Hemoba. Alternativamente, está sendo proposto pela Pfizer - BioNTech, o emprego de kits com gelo seco e validade de até 14 dias. Caso o Ministério da Saúde, venha fazer a aquisição dessa vacina, estimamos que sejam necessários de quatro a cinco dias para o produto chegar ao estado e ser redistribuído aos municípios, restando nove ou dez dias para que haja a imunização da população", explicou a secretaria.
Ao Bahia Notícias o governador Rui Costa (PT) reforçou sua insatisfação com a condução na compra dos imunizantes pelo governo federal e classificou como "incompetência" e "insensibilidade" às ações.
"Muito me surpreende a Anvisa, que é uma agência autônoma, cujos dirigentes têm mandato e hoje quase virou uma agência de vigilância ideológica, confundindo vida humana, saúde pública com ideologia", pontuou.
Rui comentou que permanece aguardando que o governo federal e agência de vigilância sanitária tomem as providências para a compra da vacina. "Os países começam a anunciar o início da vacinação e o ódio que comanda o país, a irracionalidade não consegue dizer ao povo brasileiro e não dá nenhum sinal", disse.
"Gostaríamos de estar planejando mesmo é a vacinação em janeiro. Fica uma lição, eu espero que definitivamente o povo braisleiro entenda que nós não podemos conduzir o destino nossa nação com ódio, com intolerância, com incompetência e com a irracionalidade que está sendo conduzida", finalizou Rui.