A Polícia Federal prendeu, nesta terça-feira (15), um delegado da própria instituição em Santarém (PA). Alexandro Cristian dos Santos Dutra é acusado de vender informações a donos de garimpo da região do rio Tapajós, a maior área de mineração ilegal de ouro do país. A informação foi confirmada pela Folha.
O delegado teve a prisão temporária decretada pela Justiça Federal de Itaituba (PA). Em nota, a PF informou que “um servidor público federal teria recebido ao menos R$ 150 mil de garimpeiros da região de Itaituba, como forma de ‘blindá-los’ de eventuais ações policiais”. O comunicado, no entanto, não mencionou que se trata de um delegado.
De acordo com a PF, um lobista dos mineradores intermediava o pagamento ao delegado e repassava as informações privilegiadas. À época, Dutra estava lotado em Itaituba.
Além do delegado, o suposto lobista, de nome Paulo Ney, também foi preso na terça. Em paralelo, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Santarém, Itaituba e São Paulo, diz a Folha.
Batizada de Fool’s Gold (ouro de tolo, em inglês), a operação da PF visa "desarticular um grupo criminoso investigado pelos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, violação de sigilo funcional, advocacia administrativa e associação criminosa”.