Os economistas do mercado financeiro reduziram as projeções tanto do crescimento econômico como da inflação de 2021. Enquanto a mediana das previsões para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano caiu de 3,49% para 3,40%, a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou para 3,32%, ante 3,34% na semana anterior.
Os números são do Boletim Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (4). O documento reúne a estimativa de mais de 100 instituições do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos. Nesta edição, as previsões foram colhidas até o dia 31 de dezembro.
A projeção para a inflação de 2020 continuou praticamente estável, passando de 4,39% para 4,38%. Embora acima do centro da meta de 4%, o valor segue dentro da margem de de 1,5 ponto porcentual. Com a tolerância, a inflação pode variar de 2,5% a 5,5%.
A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e, para persegui-la, o BC eleva ou reduz a taxa de juros básica, a Selic, atualmente na mínima histórica, em 2% ao ano. O resultado oficial do IPCA de 2020 será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 12 de janeiro.
Como consequência da recessão econômica e dos demais impactos da pandemia de Covid-19 na economia, a projeção do mercado financeiro para a inflação do ano passado despencou desde março. Em seu menor patamar, atingido em junho de 2020, a expectativa chegou a ser de 1,52%, número bem abaixo do piso da meta.
No entanto, com o início da retomada econômica e a alta nos preços de alguns produtos, especialmente de alimentos e combustíveis, as previsões para o IPCA avançaram. Em outubro e novembro, a inflação brasileira registrou recordes, sendo a maior para os meses desde 2002 e 2015, respectivamente.
Já a expectativa para o PIB do ano passado — que sofrerá forte queda por conta dos impactos da pandemia de Covid-19 — é de um tombo de 4,36%. Há um mês, o mercado esperava que o indicador caísse 4,4%.
A previsão oficial da equipe econômica é de queda de 4,5%. Já o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), esperam retração de 5,4% e 5,8%, respectivamente. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê que a recessão da economia brasileira seja de 5%.