08
Jan / 2021 |
Fantasma da reinfecção impacta pesquisa de plasma convalescente no tratamento da Covid |
O avanço das pesquisas sobre a Covid-19 identificaram a possibilidade de reinfecção pela doença. O novo dado, publicizado nos últimos meses, de acordo com Fernando Araújo, diretor da Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Estado da Bahia (Hemoba), gerou impacto no andamento da pesquisa que estuda o uso do plasma convalescente de pessoas que tiveram contato com o Sars-CoV-2 no tratamento de pacientes acometidos pela doença.
A Bahia, por meio da fundação, é um dos estados envolvidos na pesquisa, que tem como objetivo avaliar a resposta imunológica na imunoterapia de pacientes com a infecção e, então, identificar a eficiência da utilização do plasma de pessoas recuperadas da doença no tratamento daqueles que ainda estão doentes, a partir da possibilidade de fornecer anticorpos.
“Está aprovado desde abril o estudo do plasma convalescente. Ele [o plasma] está sendo utilizado para evitar que o paciente seja submetido a ventilação mecânica. A gente tem muito cuidado porque naquela época que nos inscrevemos no projeto nós não tínhamos a ideia de que poderia ter uma reinfecção”, pontua Araújo.
O diretor ressalta que a utilização de plasma compassivo já é uma técnica utilizada e autorizada pela Anvisa, e “está sendo usado sem nenhum tipo de problema desde que haja paciente muito grave na UTI”.
De acordo com Araújo, o método pode ser solicitado por qualquer profissional de saúde porque é regulamentado pela Anvisa.
Em relação ao uso no tratamento da Covid-19 a pesquisa precisou ser aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Bahia (CEP) e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).
O plasma é um dos componentes sanguíneos. Ele representa a porção líquida do sangue e tem a função de transportar substâncias pelo corpo. A água constitui 95% de sua massa. Os outros 5% são de proteínas, sais, hormônios, nutrientes, gases e excreções. As principais proteínas do plasma são a albumina, com papel importante na manutenção da pressão osmótica do sangue, e as imunoglobulinas, importantes anticorpos.