O governador de São Paulo, João Dodria (PSDB), afirmou nesta segunda-feira (11) que pode antecipar a vacinação contra o novo coronavírus no estado – prevista para ser iniciada do dia 25 – caso a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conclua a análise do pedido de uso emergencial da Coronavac antes do prazo previsto de 10 dias.
"Está mantido o prazo de 25 de janeiro. São Paulo iniciará a vacinação em 25 de janeiro e, se possível, até antes. Se houver a liberação da vacina antes, iniciaremos a vacinação antes. Aliás, é o que desejamos para todo o Brasil", disse Doria, em entrevista à CNN Rádio.
"Ao meu ver, não é o momento de a ciência burocratizar e fazer excessos de exigências de uma vacina que já se mostrou eficiente e eficazez. Nem para a vacina do Butantan, nem para a de Oxford ou nenhuma outra", completou o governador.
Questionado sobre a eficácia de 65,3% da Coroanvac divulgadou nesta segunda pela Indonésia, em comparação com o valor de 78% divulgado pelo Butantan, Doria afirmou que o instituto apresentará "dados complementares" sobre a vacina na terça-feira (12), a partir das 12h45.
"É bem vinda essa aprovação [da Coronavac] na Indonésia. É o primeiro país que aprova formalmente, através de sua agência de vigilância sanitária, a Coronavac e já iniciou a imunização de sua população", afirmou.
Doria disse também que a Sinovac, laboratório chinês que desenvolveu a Coronavac em parceria com o Butantan, deve apresentar nesta semana o pedido de uso definitivo do imunizante na China.
"A agência de Vigilância Sanitária chinesa está classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das agências que podem certificar vacinas e adotá-las mundialmente. As outras são o FDA, dos EUA, a agência europeia e a agência japonesa", disse Doria.
Segundo o político, o governo paulista não descarta usar o dispositivo da lei da pandemia que obrigaria a Anvisa a analisar em até 72h o pedido de uso definitivo da Coronavac se a aprovação for emitida na China.
Doria também voltou a criticar a estratégia do Ministério da Saúde de priorizar o imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford com a farmacêutica AstraZeneca e disse que quanto mais vacinas aprovadas, melhor para os brasileiros.
"É o que o Ministério da Saúde deveria ter feito desde maio, a opção por várias vacinas e não por uma vacina. O Ministério da Saúde cometeu o gravíssimo erro de centrar todas suas fichas em uma única vacina, a de Oxford/AstraZeneca, uma boa vacina, e torcemos para que ela produza a sua eficácia e seja distribuída e colocada para imunização dos brasileiros o mais breve possível", disse.
"Mas o ideal é que tivéssemos hoje já quatro ou cinco vacinas. Quanto mais vacinas, mais brasileiros serão vacinados e mais rapidamente imunizados e protegidos.