Durante a tradicional live realizada na noite de quinta-feira (21), o presidente Jair Bolsonaro negou que tenha colocado sigilo de até 100 anos em seu cartão de vacinação. A informação havia sido divulgada pela revista Época, no início do mês. Na transmissão, o presidente disse que a matéria fala em “decretar sigilo”, o que, segundo ele, é mentira, já que não há qualquer ato do tipo registrado no Diário Oficial da União (DOU).
– Se eu decretei, tem um decreto. Se tem um decreto, tá publicado onde? No Diário Oficial da União. Não tem, não existe Diário Oficial da União no qual, segundo a revista Época, eu decretei 100 anos de sigilo ao meu cartão de vacina – disse o presidente.
O presidente ainda afirmou que sua cartela de vacinação está “em dia” e que, por viajar o mundo inteiro, precisa apresentar o documento em países que exigem imunização contra alguma doença. De acordo com a coluna do jornalista Guilherme Amado, a reportagem da revista fez o pedido por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), ao que a Presidência respondeu que os dados “dizem respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem” do presidente e impôs sigilo ao material.
Na quarta-feira (20), a juíza Adverci Abreu, da 20ª Vara Federal Cível do Distrito Federal, negou um pedido para derrubar o sigilo imposto ao cartão de vacinação do presidente Bolsonaro. Na avaliação dela, mesmo em posse do mais alto cargo do Executivo, o presidente tem direito a privacidade.
A decisão foi tomada em uma ação popular encampada pela deputada federal e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, para obrigar o presidente a apresentar o documento. Na transmissão, Bolsonaro citou a decisão judicial a seu favor.
– Depois a Gleisi Hoffman entrou na Justiça pedindo a minha carteira. Como eu sou presidente, não vou dar a resposta que ela merece – completou.