Um levantamento divulgado no último domingo (24) pela Unesco apontou que o Brasil está entre os países com maior período de fechamento de escolas durante à pandemia. Enquanto a média mundial foi fixada em 22 semanas, os colégios brasileiros mantiveram as portas trancadas por 40 semanas. O tempo prolongado também foi observado em nações como Argentina, Chile, Moçambique e Etiópia.
O relatório revelou que a pandemia prejudicou o calendário estudantil de cerca de 800 milhões de estudantes pelo mundo. O pior período foi em março de 2020, quando 190 nações fecharam suas instituições de ensino. Em média, os ambientes educacionais ficaram inativos durante dois terços do ano letivo.
Mesmo em 2021, o fechamento de escolas ainda atinge 48 países com restrições parciais, e 31 nações com privações totais. Atualmente, 101 nações mantêm os colégios abertos.
– O fechamento prolongado e repetido de instituições de ensino está causando um impacto psicossocial crescente nos alunos, aumentando as perdas de aprendizagem e o risco de abandono escolar, afetando desproporcionalmente os mais vulneráveis. O fechamento total das escolas deve, portanto, ser o último recurso, e reabri-las com segurança deve ser uma prioridade – argumenta Audrey Azoulay, diretora geral da Unesco.
Os investimentos também foram prejudicados, com a queda do financiamento estudantil em um terço. A Unesco destaca a importância do aumento da verba e incentiva a priorização dos professores e educadores nas campanhas de vacinação. De acordo com a entidade, essa é uma das medidas relevantes para a viabilização do retorno às salas de aula.
No Brasil, a pandemia teve reflexos também no processo seletivo para as universidades. O primeiro dia de aplicações das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) teve um número recorde de abstenção: 2,8 milhões de candidatos (51,5%) não compareceram aos locais para fazer as provas. O número aumentou no último domingo (24), quando foi aplicada a segunda fase do exame: 3 milhões de inscritos (55,3%) faltaram.