A Polícia Federal abriu uma frente de investigação para apurar a venda online de dados de autoridades, obtidos no megavazamento de 223 milhões de CPFs. A comercialização das informações foi revelada pelo Estadão.
Na segunda-feira (1º), o presidente Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, pediu providências ao ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça. Isso porque o vazamento afetou os onze integrantes do tribunal. A pasta confirmou que as medidas estão sendo adotadas pela PF.
Foram parar na internet informações como nome, endereço, renda, imposto de renda, fotos, participantes do Bolsa Família, scores de crédito e outros dados compilados em agosto de 2019. Além dos onze ministros do STF, também foram atingidos pelo vazamento de dados o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ex-presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Como mostra a reportagem de Bruno Romani, o hacker está oferecendo informações em 37 categorias, vendidas em pacotes a partir de 500 dólares (R$ 2.680). Entre os ministros do Supremo, Ricardo Lewandowski é o mais afetado, com dados em 26 delas. Todos os outros também têm informações em mais de 20 categorias: Fux (23), Dias Toffoli (25), Luiz Roberto Barroso (25), Alexandre de Moraes (24), Gilmar Mendes (24), Rosa Weber (23), Kassio Nunes Marques (23), Edson Fachin (22), Cármen Lúcia (21) e Marco Aurélio Mello (21).
Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, por exemplo, têm dados de PIS, renda e salário. Já Rosa Weber tem à venda dados referentes ao imposto de renda de 2017.
Até aqui, a origem do vazamento é desconhecida. Há indícios de que as informações pertençam à base de dados do Serasa.
*Estadão