Um relatório confidencial da Organização das Nações Unidas revelada pela imprensa da Coreia do Sul, nesta quarta-feira (9), indicou que a Coreia do Norte roubou mais de 300 milhões de dólares (R$ 1,6 bilhão) em criptomoedas. A quantia seria destinada a investimentos nos programas nuclear e balístico do país – o que é proibido pela comunidade internacional.
De acordo com o grupo de especialistas no controle da aplicação de punições contra a Coreia do Norte, calcula-se que “no total, o roubo de bens virtuais cometidos pelo país entre 2019 e novembro de 2020 alcança o valor de US$ 316,4 milhões”, estima o grupo.
Segundo o levantamento, o valor estimado teve origem em dois roubos cometidos no fim de 2020. As quantias foram desviadas de instituições financeiras e bolsas de valores.
O roubo só foi descoberto porque especialistas da ONU estavam investigando um ataque hacker em setembro do ano passado que resultou no “desaparecimento” de 281 milhões de dólares. Um mês depois, outra ação cibernética atribuída a hackers norte-coreanos levou 23 milhões de dólares.
– Uma análise inicial dos vetores utilizados para o ataque e os meios utilizados posteriormente para lavar a receita ilícita revela fortes vínculos com a República Popular Democrática da Coreia do Norte – afirma o relatório.
HACKERS EXPERIENTES
A Coreia do Norte é conhecida por treinar hackers que causam prejuízos a nível internacional. Sabe-se que empresas e instituições da Coreia do Sul, por exemplo, já foram alvos de ataque do vizinho. Os Estados Unidos também são um alvo comum, visto que é um dos países mais impõe sanções econômicas contra o país de Kim Jong-un.
Um dos episódios mais conhecidos dos ataques norte-coreanos aconteceu em 2014, quando a Sony Pictures Entertainment foi alvo de invasões como uma forma de retaliação pela lançamento do filme The Interview (A Entrevista), em que o ditador Kim Jong-un é ironizado.