Depois de ter sido internada após tomar uma quantidade excessiva de medicamentos, a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) teve alta do hospital no início da tarde desta quarta-feira (24). A parlamentar passou por uma lavagem estomacal para remover os remédios.
De acordo com a assessoria de imprensa da deputada, ao deixar o hospital, Flordelis foi para sua em casa Niterói (RJ), onde ficará sob cuidados. Ao portal G1, a assessoria da parlamentar ressaltou que Flordelis foi condenada pela opinião pública antes mesmo do fim do processo em que é acusada de ser a mandante do assassinato de seu marido, o pastor Anderson do Carmo.
Mais cedo, os assessores soltaram um comunicado sobre a internação de Flordelis.
– A internação se deu pelo excesso de medicação, tomada [por ela] após a injusta decisão do pedido de seu afastamento do mandato de deputada federal, com a justificativa [de] que [isso] atrapalharia as investigações que (pasmem!) encerraram em sua primeira fase – diz o texto.
Nesta terça-feira (23), a deputada foi afastada do cargo após decisão da 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A medida foi tomada pelos desembargadores Celso Ferreira Filho, Antônio José e Katia Jangutta. Para o relator, Celso Ferreira Filho, o processo de Flordelis está cheio de “circunstâncias estranhas”.
– [No processo] Há situações que me causaram perplexidade. São 50 anos que convivo nessa casa de conflitos e, há muito tempo, não vejo uma situação tão complexa, estranha e que causa tanta surpresa. Lidamos com homicídio, improbidade administrativa, vários desvios, mas nesse processo há uma gama de circunstâncias estranhas sobre as quais não vou tecer comentários – apontou Celso Ferreira.
Antes do análise do afastamento dela pelos desembargadores, a procuradora de Justiça Maria Christina Pasquinelli Bacha de Almeida deu parecer favorável à medida e disse que a deputada chegou a usar o cargo para “cooptar benesses para sua pessoa e seu clã criminoso”.
Flordelis permaneceu no cargo de deputada federal mesmo após ser indiciada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro e ter sido denunciada pelo Ministério Público. Isto porque a juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, mesmo aceitando a denúncia contra a deputada, decidiu que seu afastamento era improcedente porque ela possui imunidade parlamentar.