Após sete semanas de queda, o número de novas infecções por coronavírus aumentou globalmente na semana passada, informou a OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta segunda-feira (1º).
O diretor-geral da agência, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que o aumento nos casos foi "decepcionante, mas não surpreendente" e pediu aos países que não relaxem as medidas de combate à doença. O órgão comparou semana a semana.
Segundo Ghebreyesus, ainda é muito cedo para os governos dependerem apenas dos programas de vacinação e abandonarem outras medidas para conter a disseminação do vírus. "Parte disso [do aumento] parece ser devido ao relaxamento das medidas de saúde pública, à circulação contínua de variantes e às pessoas baixando a guarda", disse.
Em entrevista coletiva, o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, afirmou que é irrealista acreditar que a pandemia vai acabar até o fim do ano. "Mas acho que o que podemos interromper, se formos inteligentes, são as hospitalizações, as mortes."
A chefe técnica do órgão para a Covid-19, Maria Van Kerkhove, também alertou que o vírus vai se recuperar, "se permitirmos".
Nesta segunda (1º), Gana e Costa do Marfim se tornaram os primeiros países a começar a vacinar sua população com doses fornecidas pela Covax, o programa internacional de fornecimento de vacinas para os mais pobres.
Ghebreyesus celebrou a aliança global de acesso ao imunizante, mas também criticou governos por acumularem doses de vacinas. "É lamentável que alguns países continuem a priorizar a vacinação de adultos jovens saudáveis, com menor risco de doenças em suas próprias populações, à frente dos profissionais de saúde e idosos em outros lugares", disse.